domingo, 11 de novembro de 2012



               
                A manhã aos poucos chegava a Carevite Town. Como já era previsível, a maioria da cidade estava de pé, iniciando as tarefas rotineiras da cidade do ciclo de vida. As famosas fazendas da cidade já iniciavam a vida rural, e os poucos comércios abriam suas portas. Todos se cumprimentavam, visto que a maioria dos moradores já eram amigos e conhecidos, criando um clima agradável para com todos, uma verdadeira união de laços de amizade.
                Na casa da família Lawson, o café da manhã já estava na mesa da cozinha. Pães de todo tipo, sucos naturais, leite fresquinho de Miltank, Berries cruas e em forma de geleia, etc, sobre um pano xadrez. Era como uma refeição em casa de avó, sempre cheia de comida saudável e caseira, mas com sabores únicos. Tudo fresco e feito naturalmente, diferente das comidas das cidades grandes.
                —Bom, nossa próxima parada é Legeny Town, não é? —perguntou Drake.
                —Exatamente. —respondeu Layla, que havia sido convidada também. —É uma cidade extremamente famosa por manter toda a antiguidade e mitologia ancestral do continente. Um verdadeiro museu aberto.
                —Estou ansioso para visitá-la, tenho certeza que aprenderemos muito por lá. —disse Sam.
                O grupo terminou de comer, e agradeceu a família de Sarah pela refeição. Drake, Layla e Sam se retiraram da casa, pois estariam partindo e gostariam de garantir que estavam levando itens importantes para a passagem pelas rotas. Estariam cruzando a Route 307 dentro de pouco tempo, então necessitavam estar preparados.
                Lilly permaneceu quieta desde que acordou, e assim permaneceu. Os últimos dias haviam sido assim, e Sam sequer tivera a oportunidade de perceber isso. Drake também não perceberia isso por sua falta de sensibilidade, enquanto que Layla não a conhecia o suficiente para deduzir se estava mesmo triste. Poderia ser inteligente, mas não tinha capacidade de ler os sentimentos alheios. A avó de Sarah aproximou-se da ruiva:
                —Lilly, minha jovem, está tudo bem com você? —perguntou ela.
                —Está, está. —assentiu.
                —É o Sam com aquela garota ruiva, não é? —questionou a velha, ignorando a resposta anterior.
                —C-como a senhora sabe? —indagou Lilly.
                A idosa sorriu:
                —Há certas coisas que somos capazes de sentir de longe. —afirmou. —Mas fica-lhe um conselho, querida: Não deixe sua mente ser levada por assuntos que te dispersem de seu objetivo de vida.
                Lilly ainda pensava se deixava transparecer tão facilmente algo assim. Não sabia se Sam gostava ou não de Layla, mas podia ter certeza que se incomodava com a proximidade de ambos. Ela recusava-se a aceitar, mas os sentimentos não seguem a razão. Ouviu o conselho da velha senhora, que lhe adentrou os ouvidos e penetrou-lhe a mente.  Seria o segredo dos mais fortes? Não deixar os sentimentos lhes interferir nas batalhas?
                —Eu, com sua idade, queria ser uma treinadora, sabia? —disse a avó, enquanto ensaboava as louças na pia da casa. Lilly passou a secar os objetos que eram retirados da água, a auxiliando.
                —E o que aconteceu? —perguntou.
                —Bem, eu não consegui me focar nisso e tive que desistir. —respondeu ela, simplesmente. —Mas você é jovem, cheia de vida. Vá e lute, não deixe que seus sentimentos interfiram tanto, não se remoa por problemas assim. Em um futuro você terá tempo suficiente para amar e ser amada. Nunca esqueça isso.
                Ela parou para repensar. Não significava esquecer que tinha sentimentos, mas sim não viver a mercê das emoções, deixando de curtir tudo aquilo que tinha e que almejava ter para apenas ligar para isso. A idosa tinha sua parcela de razão, pois Lilly não seria capaz de viver depressiva e ser uma ótima batalhadora. Teria de deixar as coisas ruins de lado e dar a volta por cima do que a atormentava.
                Enquanto isso, Drake deixara Sam e Layla sozinhos, simplesmente por não entender a conversa de ambos. Ficava feliz pela união, independentemente se era um romance ou uma amizade, mas não era capaz de se encaixar no meio, e entendia como Lilly se sentia. Por um instante parou para pensar em Rose. Havia pouco tempo que não se viam, mas depois de ótimos momentos era difícil esquecê-la tão facilmente.
                Estava no lago da cidade, curtindo o momento relaxante. Mas no mesmo instante, algo lhe chamou a atenção em meio às águas. Uma mulher estava lá, o que era simplesmente muito estranho, mas Drake sequer parou para pensar nisso, distraído com outros detalhes. Dizer que era a mulher mais linda que já vira era pouco. Era a mais maravilhosa e formosa. Trajava um lindo vestido branco, que lhe assemelhava a uma pomba da paz. Seus cabelos eram louros e longos, como belas cascatas de ouro que lhe desciam às costas. 

                —Preciso falar com você. —ela disse, abrindo seus olhos. Eram do azul mais límpido e mágico que já vira.
                —A–a senhorita falou comigo? —gaguejou ele.
                —Senhorita? Ah, que doçura! —elogiou ela, apertando-lhe as bochechas como uma conhecida velha. —É raro encontrar homens que ainda tratam as moças dessa forma.
                A moça saiu do lago, mas Drake sequer parou para imaginar por que ela estaria lá. Sua beleza o fazia gaguejar, e não conseguia pensar em outra coisa. O vestido exibia bem seus seios exuberantes, no qual pingavam pequenas gotículas de água. Não era alta demais ou pequena demais. Era perfeita.
                —Bom, querido, venho lhe informar de algo deveras importante. —disse. —Estou aqui para falarmos de sua rival, a qual está apaixonado.
                Ele acordou do transe.
                —O quê? A Rose? Isso é mentira, eu não estou apaixonado por ela. —negou ele, corado.
                —É doce a forma na qual tenta enganar-me, embora em vão. —sorriu ela, iluminando aquele dia. —Não pode ignorar um sentimento tão forte, meu querido. Não tão forte como o amor.
                —Quem é você, afinal de contas? —questionou ele. —E como sabe tanto sobre nós?
                —Um dia tudo lhe fará sentido. —garantiu. —E o romance entre vocês é mais chamativo e atrativo que pensam. Não pode vencer a mestra deste jogo.
                —Não há romance, você está enganada. —respondeu o garoto de cabelos azuis.
                —Você pode enganar outras pessoas, Drake. —assegurou ela. —Infelizmente, tratando-se de amor, jamais poderá me enganar, mas principalmente, nunca conseguirá enganar-te.
                Ele colocou as mãos na cabeça, confuso.
                —Essa conversa está muito maluca. —exclamou. — Não estou entendendo mais nada!
                —Apenas desejo lhe dizer, afinal de contas: Rose Shine, é especial, e o futuro de vocês promete intrigas amorosas fabulosas. Cabe a você interpretar o que isso significa. —disse. —Afinal, o romance de vocês, acredito que é um dos mais fantásticos e intrigantes há muito tempo! Que emoção!
                —Mas como? Diga coisas com sentido, ou ao menos seja direta! —indagou ele, cansado dos rodeios.
                —Que graça teria se eu te dissesse? —perguntou retoricamente. —Qual a graça do amor sem tentar encantar outra pessoa, sem os momentos refletindo se esta sente o mesmo por ti? De todos os sentimentos, o amor é o sentimento mais imprevisível entre dois indivíduos, pense nisso.
                —Hã... Tudo bem...
                Assim a moça começou a caminhar, mas por alguma razão Drake sequer lembrava para onde ela tinha ido. Era maravilhosa, com um tom de voz encantador e um perfume agradável, e a sensação de êxtase e paixão prosseguia mesmo após ela ter saído. O jovem tentou pensar no que a misteriosa moça dizia, mas era realmente confuso.
...
                Já dava a hora, e o grupo agradeceu a família de Sarah por terem os acolhido naquela aconchegante casa. Todos confessaram adorar a companhia dos jovens, e pediram que caso voltassem à cidade, que retornem para uma visita. Os quatro concordaram, e passaram a avançar para a próxima rota, voltando para suas aventuras. Legeny Town os aguardava, e mais surpresas do que poderiam imaginar.
                A Route 307 era pantanosa, e não possuía um cheiro muito agradável. Sons de grilos eram ouvidos dos arbustos, e coacho de sapos das águas. A natureza tinha cores diferentes, variando desde o amarelo ao laranja mais escuro. Musgo e limbo eram comuns de se localizar por lá, tornando um lugar lamacento e úmido, não muito agradável para se atravessar.

                —Tenho certeza que se divertirá conosco, Layla. —disse Sam, quase pisando em uma poça de lama. —Até Stylshon City há bastante caminho.
                —É isso aí. —concordou Drake. —Pelo que o Sam disse você é capaz de nos ensinar bastantes coisas.
                —Imagina, sou apenas uma aprendiza nessa vida! —exclamou a ruiva, tímida, mas sorridente.
                —Layla, vai ter que guiar os noobs em estratégia que somos. —brincou Drake. —Já pensou uma batalha entre eu e a Lilly e vocês dois, que foda?
                O nome fez Sam titubear.
                —Lilly...?
                O grupo olhou para trás, e lá estava Lilly, os seguindo, embora bem atrás. A garota parecia um zumbi andando, pisando nos lugares sujos sem sequer dar ao trabalho de manter-se o máximo limpa. Ele teria até esquecido da existência da menina, pois sequer parara para lhe prestar a atenção naquele dia.
                —“Não deixe que as emoções interfiram em seus objetivos”. —disse ela, para si mesma.
                —LILLY?
                —Hein? —perguntou ela.
                —Você está dormindo acordada! —comentou Drake, se aproximando dela. —Eu sei que você não curte tanto a companhia da Layla, mas não precisa virar um bicho.
                —Me deixa, eu preciso de um tempo pra me acostumar. —respondeu ela simplesmente.
                O quarteto decidiu parar um pouco a caminhada, pois aquele aroma desagradável não permitia muito bem uma travessia normal. Lilly preocupava-se com o que a avó de Sarah dissera, Drake com o que a bela dama do lago lhe dissera, e Layla e Sam prosseguiam também com seus problemas. O jovem de cabelos azuis sentou-se numa pedra, mas logo se levantou ao notar sua bermuda ter sido suja de verde.
                —Esse lugar é fedido. —confirmou. —É uma Safari Zone na natureza.
                —Nem fale. —concordou a ruiva. —Lugares assim por umidade acabam por permitir crescimento de fungos, e musgo até na água, e assim criam esse cheiro desagradável. Entendeu?
                —Hã... Claro...
                Sam deu uma risadinha, mas o grupo logo voltou a ficar silencioso. Sem a alegria e as críticas de Lilly não era a mesma coisa, e nem o mesmo grupo. Alguns treinadores passavam às pressas pela rota, mas alguns ainda decidiam por batalhar lá. Não era difícil encontrar Pokémons naquele lugar, mas nenhum dos quatro tinha vontade de iniciar capturas naquele instante.
                Um treinador em especial se aproximou do bando. Tinha cabelos castanhos, desarrumados. Trajava um abrigo verde-oliva, e uma calça preta, assim como as luvas que cobriam suas mãos. O rosto era pouco familiar, mas mesmo assim este insistiu em aproximar-se do grupo.
Image by Germanmissiles

                —Drake Eavans, há quanto tempo! —disse ele.
                —É... Pois é, né? Quanto tempo… —disse Drake.
                —Não me reconhece? —questionou.
                —Foi mal aí, cara, mas não. —respondeu o jovem de cabelos azuis.
                —Eu sou o Thomáz, e você me derrotou na final do seu primeiro Contest, lembra? —perguntou, não muito animado.
                —Thomáz! Cara, há quanto tempo! —exclamou Drake, abraçando-o. —Como anda a vida nos Contests?
                —Na verdade eu os larguei. —respondeu ele. —Agora sou meio que treinador, mas tenho encontrado uns bicos auxiliando meu pai em mecatrônica.
                —Maneiro, maneiro... Pena que não é mais coordenador, eu ficaria feliz em competir contigo novamente.
                Os dois haviam competido em um Contest de Aurora City, e Drake saíra com a vitória. Apesar disso, a competição fora memorável para ambos os lados, representando uma boa amizade, embora nunca mais tenham se visto. Certamente teria novas técnicas agora que seguia carreira como treinador.
                —Mecatrônica? Tipo assim… Você sabe concertar algumas coisas? —questionou Drake.
                —Pode-se dizer que sim. —sorriu ele, evitando rir.
                —Será que você consegue dar um jeito nisso? —pediu ele.
                Drake revirou sua pequena mochila, e de lá saiu uma caixa comprida, com um lado feito de plástico permitindo a visualização de seu conteúdo. Era a mesma criatura robótica que havia encontrado com Lilly caído por aí, que seria tachado como lixo. Finalmente havia encontrado alguém para concertar a máquina, e dar a Drake um novo Pokémon.
                —Rhitwhir? Poxa, precisa ter dinheiro pra conseguir um destes. —afirmou Thomáz.
                —Na verdade eu o achei no lixo, mas depois de uns concertos ele deve ficar novinho em folha, né? —brincou ele.
                —Talvez. —respondeu. —Vou ver o que posso fazer, te entrego assim que conseguir concertar, O.K?
                Drake assentiu, e entregou nas mãos do ex-rival sua máquina. Os dois prosseguiram conversando, enquanto alimentavam-se de alguns lanches feitos pela avó de Sarah, acompanhados por Layla e Sam. O garoto de cabelos castanhos tinha diferentes experiências para compartilhar-lhes, e seria bom para matar o tempo.
                Do lado oposto, Lilly se levantou. Os outros quatro adolescentes pararam, a fitando. A mesma permaneceu os observando, até apontar na direção da garota ruiva. Elas se encararam, mas logo a menina se pronunciou:
                —Layla, eu te desafio para uma batalha.
                —O quê? —perguntou. —M-mas assim, do nada?
                —É, eu quero… Testar algo…
                —Tudo bem, se assim deseja irei te auxiliar. —concordou.
                —Te peço apenas uma coisa. —disse ela, receando Layla. —Não pegue leve comigo.
                A ruiva assentiu, ainda que desconfiada. Lilly planejava algo, e certamente chamar Layla para batalhar havia sido esquisito. Sem mais, Lilly lançou seu Pokémon mestre, Fippy, enquanto que Layla pegou uma Pokéball da bolsa que carregava. Atirou um Pokémon diferente, uma espécie de pássaro psíquico, com rubis em certas partes de seu copo. Era gordo e grande, mas acima de tudo era raro, era uma ave de espécie antiga utilizada pelos sábios a vários propósitos, chamada de Eruwisdom.

                —Comece com uma cortina do SmokeScreen. —ordenou Lilly.
                Fippy atirou uma densa cortina de fumaça, dificultando a visão de todos. Uma nuvem negra permaneceu flutuando em volta do grupo, e certamente iria atrapalhar a batalha, do lado de Layla. Lilly permaneceu quieta, passando confiança para seu Pokémon.
                —Uma boa estratégia diminuir a probabilidade de visão do adversário. —admitiu Layla, sem sequer conseguir distinguir onde encontrava-se a adversária. —Vamos usar o Reflect.
                O pássaro criou uma fina parede translúcida em torno de si, com o intuito de dificultar os ataques diretos provenientes do inimigo. Lilly parecia concentrada em outras coisas, lembrando-se de que a mesma garota na qual batalhava, era quem havia tirado boa parte de seu bom humor. Sentimentos ruins e confusos tomaram sua cabeça, impedindo que pensasse em uma estratégia:
Flame Wheel
O gato de fogo apenas obedeceu aos comandos de sua mestra, girando com um lança-chamas até transformar-se em uma poderosa roda de fogo. Fippy partiu para cima de Eruwisdom, mas a parede quase transparente diminuiu o impacto para com a ave, causando poucos danos.
—Ela sabe que o Reflect dobra a Defense do adversário, então por que utilizou esse ataque? —questionou Sam.
—Sam, acho que ela não está simplesmente focada nisso. —confessou Drake, conseguindo compreender a amiga.
—Ok, Psybeam. —pediu Layla.
Agora o pássaro gordo atirou um raio colorido da joia em sua testa. O ataque especial atingiu com força o gato de fogo, causando-lhe alguns danos e o confundindo por um instante. A cortina de fumaça já se decepava em meio ao vento, e as estratégias iam por água abaixo.
Agora a menina tentou concentrar-se. Deixou de lado a raiva com Layla, ou com Sam, e simplesmente limpou sua mente. Sequer acreditava que havia conseguido acabar com as ideias ruins e focado em seu objetivo. Olhou confiante para seu Pokémon, recebendo o mesmo toque de confiança do mesmo. Disse com tanta simplicidade que até surpreendeu os amigos:
                Flamethrower.
                O gato de fogo lançou um poderoso raio flamejante em direção do pássaro, que não conseguiu escapar. O ataque ignorou a parede criada pelo Reflect e apenas acertou em cheio seu alvo. O Pokémon ficou chamuscado, logo em seguida caindo desmaiado. Era raro, mas Layla raramente treinava seus Pokémons, visto que seus objetivos eram outros. Mas nem por isso deixou de parabenizar Lilly.
                —Ótima batalha, Lilly! —exclamou a ruiva. —Seu Fippy está em um nível alto, e tenho certeza que com um pouco mais de treino ele vai…
                A palavra que Layla procurava era “evoluir”, mas no mesmo instante que dissera isso teve seus pensamentos realizados. O gato de fogo foi tomado por uma luz esbranquiçada, aumentando gradativamente de tamanho e alterando em pouco sua forma. Todos se surpreenderam, mas logo em seguida houve uma surpresa maior, não exatamente para Lilly, Sam e Drake. Fippy retornou a sua forma, acabando com a chance de evoluir.
                —Aconteceu de novo... Ele quase evoluiu… —comentou Drake.
                Todos silenciaram-se, por simplesmente não compreenderem. Drake e Sam quase foram capazes de pensar que o Pokémon era como a treinadora, teimoso e incapaz de ser compreendido com suas ações espontâneas. Lilly apenas dirigiu-se quieta para a frente de Layla, e todos permaneceram ansiosos, para ver o que ela diria, se a ameaçaria ou debocharia de derrotada. Mais surpreendente ainda, foram suas palavras:
                —Valeu pela batalha. —ela agradeceu.
                A garota fez sinal para que seu Pokémon a seguisse, e Fippy saltou para cima de seu ombro, como um papagaio de pirata. Lilly afastou-se do grupo, procurando uma área entre árvores onde pudesse ter mais privacidade. Os quatro outros amigos ficaram a fitá-la saindo de lá, confusos.
                —Ela está bem? —questionou Layla. —Vocês mencionaram que ela sempre é alegre e divertida, mas sempre que a vejo ela está quieta...
                —Ela encontrou alguém melhor que ela. —explicou Sam. —Ela encontrou uma rival maior, alguém com mais conhecimento e que consegue ser aquilo que ela não consegue... Gentil, caridosa... É uma rival diferente das batalhas.
                Era a verdade. Assim que Layla surgiu tornou-se a heroína do grupo, a estrela, embora não tivesse feito isso por mal, e muito menos intencionalmente. Mas teria deixado de ser a atração principal, e Sam e Drake não corriam mais atrás de si, nem faziam mais muita questão de tê-la por perto. Essa ideia, ao menos, era algo que Lilly formulara.
                Ela sentou-se a uma pedra, e notou o céu começar a ficar pouco mais escuro. Fitou as nuvens, o sol, a imensidão azul… Fippy seguiu seu olhar por um instante, quando esta parecia perdida em seus devaneios. Enfim parou de olhar para cima, e olhou para o gato de fogo, pronunciando-se:
                —Você não quer evoluir, né? —perguntou, sem deixar demonstrar felicidade ou tristeza. —Busca força sem precisar alterar-se, sem mudar sua essência… E quero que saiba que não me incomodo.
                O Pokémon se surpreendeu. Naqueles dias, Lilly aprendera sozinha muito mais que cuidar de uma fazenda, mas também a se cuidar, controlar-se. Ela lançou seus outros Pokémons, e retirou o ovo que ganhara de Jefferson da bolsa, como se quisesse que se juntasse aos outros. Ela disse:
                —Muitos treinadores pegam Pokémons para evoluí-los, para ser forte... Mas eu não preciso disso. —ela garantiu. —Não preciso do time mais balanceado, nem dos mais raros... Quero apenas aqueles que me deem a alegria de batalhar.
                A equipe ficou lisonjeada. Lilly já não era mais uma simples treinadora, era uma amiga de todos eles. Por seu próprio mérito, poderia, quem sabe, alcançar diversas conquistas. Mas será que apenas todo aquele sentimento seria suficiente, ou precisaria de mais? Ela abraçou todos seus Pokémons em grupo, enquanto o sol se punha ao fundo:
                —Uma coisa eu lhes prometo. —disse, cuidando para não derramar lágrimas. —Seremos os melhores de Ethron, e provaremos isso na liga do fim do ano. Eu vou levá-los junto de mim, rumo à vitória. 

 

1 comentários:

CanasOminous disse...

Diga ae, Haos! Que interessante, aos poucos estou notando mais traços de todas aquelas velhas ideias que você costumava me dizer ainda na primeira temporada, das histórias de Percy Jackson, de criaturas mitológicas, e só de ver um vislumbre do próximo capítulo já fiquei nessa ansiedade louca para entender mais do assunto! Tenho algumas suposições sobre isso tudo, mas uma coisa eu garanto: Essa loira será a minha favorita, afinal, o amor vence tudo kkkk A conversa do Drake com ela foi tão sobrenatural que passei a criar certas suposições sobre o que pode vir a acontecer, e de pouco há pouco tenho certeza que esse tipo de enredo irá me impressionar mais e mais.

Mesmo que essa cena inicial tenha sido minha parte favorita tivemos alguns momentos bem agradáveis no decorrer do capítulo. Um técnico em mecatrônica será bem interessante, estou ansioso para ver aquele bichinho ser reconstruído, e por fim mostrando toda sua força numa batalha! A Lilly continua sendo uma fofa para mim, ela é tão independente, frustrada e deprimida que ela acaba se tornando fofa, sacou? kkkkkkk Ela é o tipo de mulher que eu adoraria encontrar, mas fica difícil essas moças gostarem de um nerdão. Vamos lá, Sam! Você é a minha esperança de que algum dia poderei encontrar alguém como a Lilly, não se limite às moças inteligentes, mostre que ser burrinha também é um charme! kkkk Não entenda isso como algo ruim, eu acho a Lilly uma personagem fantástica.

Por fim, foi um capítulo muito bom meu companheiro, adorei a leitura e senti que tudo fluiu muito bem na medida que o enredo prosseguia. Aos poucos você está apresentando pontos importantes do roteiro, e sei que as coisas daqui para frente sofrerão mudanças drásticas! Para melhor, é claro! ;) Abração, Haos! Siga em frente com essa semana de provas companheiro, vai que o Jonatas vai te dar uma força e esse ano será concluído com enorme êxito, rumo às provas finais!!

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