A
manhã aos poucos chegava a Carevite Town.
Como já era previsível, a maioria da cidade estava de pé, iniciando as tarefas
rotineiras da cidade do ciclo de vida. As famosas fazendas da cidade já
iniciavam a vida rural, e os poucos comércios abriam suas portas. Todos se
cumprimentavam, visto que a maioria dos moradores já eram amigos e conhecidos,
criando um clima agradável para com todos, uma verdadeira união de laços de
amizade.
Na
casa da família Lawson, o café da manhã já estava na mesa da cozinha. Pães de
todo tipo, sucos naturais, leite fresquinho de Miltank, Berries cruas e em
forma de geleia, etc, sobre um pano xadrez. Era como uma refeição em casa de
avó, sempre cheia de comida saudável e caseira, mas com sabores únicos. Tudo
fresco e feito naturalmente, diferente das comidas das cidades grandes.
—Bom,
nossa próxima parada é Legeny Town,
não é? —perguntou Drake.
—Exatamente.
—respondeu Layla, que havia sido convidada também. —É uma cidade extremamente
famosa por manter toda a antiguidade e mitologia ancestral do continente. Um
verdadeiro museu aberto.
—Estou
ansioso para visitá-la, tenho certeza que aprenderemos muito por lá. —disse
Sam.
O
grupo terminou de comer, e agradeceu a família de Sarah pela refeição. Drake,
Layla e Sam se retiraram da casa, pois estariam partindo e gostariam de garantir
que estavam levando itens importantes para a passagem pelas rotas. Estariam
cruzando a Route 307 dentro de pouco tempo, então necessitavam estar
preparados.
Lilly
permaneceu quieta desde que acordou, e assim permaneceu. Os últimos dias haviam
sido assim, e Sam sequer tivera a oportunidade de perceber isso. Drake também
não perceberia isso por sua falta de sensibilidade, enquanto que Layla não a
conhecia o suficiente para deduzir se estava mesmo triste. Poderia ser
inteligente, mas não tinha capacidade de ler os sentimentos alheios. A avó de
Sarah aproximou-se da ruiva:
—Lilly,
minha jovem, está tudo bem com você? —perguntou ela.
—Está,
está. —assentiu.
—É
o Sam com aquela garota ruiva, não é? —questionou a velha, ignorando a resposta
anterior.
—C-como
a senhora sabe? —indagou Lilly.
A
idosa sorriu:
—Há
certas coisas que somos capazes de sentir de longe. —afirmou. —Mas fica-lhe um
conselho, querida: Não deixe sua mente ser levada por assuntos que te dispersem
de seu objetivo de vida.
Lilly
ainda pensava se deixava transparecer tão facilmente algo assim. Não sabia se
Sam gostava ou não de Layla, mas podia ter certeza que se incomodava com a
proximidade de ambos. Ela recusava-se a aceitar, mas os sentimentos não seguem
a razão. Ouviu o conselho da velha senhora, que lhe adentrou os ouvidos e
penetrou-lhe a mente. Seria o segredo
dos mais fortes? Não deixar os sentimentos lhes interferir nas batalhas?
—Eu,
com sua idade, queria ser uma treinadora, sabia? —disse a avó, enquanto
ensaboava as louças na pia da casa. Lilly passou a secar os objetos que eram
retirados da água, a auxiliando.
—E
o que aconteceu? —perguntou.
—Bem,
eu não consegui me focar nisso e tive que desistir. —respondeu ela,
simplesmente. —Mas você é jovem, cheia de vida. Vá e lute, não deixe que seus
sentimentos interfiram tanto, não se remoa por problemas assim. Em um futuro
você terá tempo suficiente para amar e ser amada. Nunca esqueça isso.
Ela
parou para repensar. Não significava esquecer que tinha sentimentos, mas sim
não viver a mercê das emoções, deixando de curtir tudo aquilo que tinha e que
almejava ter para apenas ligar para isso. A idosa tinha sua parcela de razão,
pois Lilly não seria capaz de viver depressiva e ser uma ótima batalhadora.
Teria de deixar as coisas ruins de lado e dar a volta por cima do que a
atormentava.
Enquanto
isso, Drake deixara Sam e Layla sozinhos, simplesmente por não entender a
conversa de ambos. Ficava feliz pela união, independentemente se era um romance
ou uma amizade, mas não era capaz de se encaixar no meio, e entendia como Lilly
se sentia. Por um instante parou para pensar em Rose. Havia pouco tempo que não
se viam, mas depois de ótimos momentos era difícil esquecê-la tão facilmente.
Estava
no lago da cidade, curtindo o momento relaxante. Mas no mesmo instante, algo
lhe chamou a atenção em meio às águas. Uma mulher estava lá, o que era
simplesmente muito estranho, mas Drake sequer parou para pensar nisso,
distraído com outros detalhes. Dizer que era a mulher mais linda que já vira
era pouco. Era a mais maravilhosa e formosa. Trajava um lindo vestido branco,
que lhe assemelhava a uma pomba da paz. Seus cabelos eram louros e longos, como
belas cascatas de ouro que lhe desciam às costas.
—Preciso
falar com você. —ela disse, abrindo seus olhos. Eram do azul mais límpido e
mágico que já vira.
—A–a
senhorita falou comigo? —gaguejou ele.
—Senhorita?
Ah, que doçura! —elogiou ela, apertando-lhe as bochechas como uma conhecida
velha. —É raro encontrar homens que ainda tratam as moças dessa forma.
A
moça saiu do lago, mas Drake sequer parou para imaginar por que ela estaria lá.
Sua beleza o fazia gaguejar, e não conseguia pensar em outra coisa. O vestido
exibia bem seus seios exuberantes, no qual pingavam pequenas gotículas de água.
Não era alta demais ou pequena demais. Era perfeita.
—Bom,
querido, venho lhe informar de algo deveras importante. —disse. —Estou aqui
para falarmos de sua rival, a qual está apaixonado.
Ele
acordou do transe.
—O
quê? A Rose? Isso é mentira, eu não estou apaixonado por ela. —negou ele,
corado.
—É
doce a forma na qual tenta enganar-me, embora em vão. —sorriu ela, iluminando
aquele dia. —Não pode ignorar um sentimento tão forte, meu querido. Não tão
forte como o amor.
—Quem
é você, afinal de contas? —questionou ele. —E como sabe tanto sobre nós?
—Um
dia tudo lhe fará sentido. —garantiu. —E o romance entre vocês é mais chamativo
e atrativo que pensam. Não pode vencer a mestra deste jogo.
—Não
há romance, você está enganada. —respondeu o garoto de cabelos azuis.
—Você
pode enganar outras pessoas, Drake. —assegurou ela. —Infelizmente, tratando-se
de amor, jamais poderá me enganar, mas principalmente, nunca conseguirá
enganar-te.
Ele
colocou as mãos na cabeça, confuso.
—Essa
conversa está muito maluca. —exclamou. — Não estou entendendo mais nada!
—Apenas
desejo lhe dizer, afinal de contas: Rose Shine, é especial, e o futuro de vocês
promete intrigas amorosas fabulosas. Cabe a você interpretar o que isso
significa. —disse. —Afinal, o romance de vocês, acredito que é um dos mais
fantásticos e intrigantes há muito tempo! Que emoção!
—Mas
como? Diga coisas com sentido, ou ao menos seja direta! —indagou ele, cansado
dos rodeios.
—Que
graça teria se eu te dissesse? —perguntou retoricamente. —Qual a graça do amor
sem tentar encantar outra pessoa, sem os momentos refletindo se esta sente o
mesmo por ti? De todos os sentimentos, o amor é o sentimento mais imprevisível
entre dois indivíduos, pense nisso.
—Hã...
Tudo bem...
Assim
a moça começou a caminhar, mas por alguma razão Drake sequer lembrava para onde
ela tinha ido. Era maravilhosa, com um tom de voz encantador e um perfume
agradável, e a sensação de êxtase e paixão prosseguia mesmo após ela ter saído.
O jovem tentou pensar no que a misteriosa moça dizia, mas era realmente
confuso.
...
Já
dava a hora, e o grupo agradeceu a família de Sarah por terem os acolhido
naquela aconchegante casa. Todos confessaram adorar a companhia dos jovens, e
pediram que caso voltassem à cidade, que retornem para uma visita. Os quatro
concordaram, e passaram a avançar para a próxima rota, voltando para suas
aventuras. Legeny Town os aguardava,
e mais surpresas do que poderiam imaginar.
A
Route 307 era pantanosa, e não
possuía um cheiro muito agradável. Sons de grilos eram ouvidos dos arbustos, e
coacho de sapos das águas. A natureza tinha cores diferentes, variando desde o
amarelo ao laranja mais escuro. Musgo e limbo eram comuns de se localizar por
lá, tornando um lugar lamacento e úmido, não muito agradável para se
atravessar.
—Tenho
certeza que se divertirá conosco, Layla. —disse Sam, quase pisando em uma poça
de lama. —Até Stylshon City há
bastante caminho.
—É
isso aí. —concordou Drake. —Pelo que o Sam disse você é capaz de nos ensinar
bastantes coisas.
—Imagina,
sou apenas uma aprendiza nessa vida! —exclamou a ruiva, tímida, mas sorridente.
—Layla,
vai ter que guiar os noobs em
estratégia que somos. —brincou Drake. —Já pensou uma batalha entre eu e a Lilly
e vocês dois, que foda?
O
nome fez Sam titubear.
—Lilly...?
O
grupo olhou para trás, e lá estava Lilly, os seguindo, embora bem atrás. A
garota parecia um zumbi andando, pisando nos lugares sujos sem sequer dar ao
trabalho de manter-se o máximo limpa. Ele teria até esquecido da existência da
menina, pois sequer parara para lhe prestar a atenção naquele dia.
—“Não
deixe que as emoções interfiram em seus objetivos”. —disse ela, para si mesma.
—LILLY?
—Hein?
—perguntou ela.
—Você
está dormindo acordada! —comentou Drake, se aproximando dela. —Eu sei que você
não curte tanto a companhia da Layla, mas não precisa virar um bicho.
—Me
deixa, eu preciso de um tempo pra me acostumar. —respondeu ela simplesmente.
O
quarteto decidiu parar um pouco a caminhada, pois aquele aroma desagradável não
permitia muito bem uma travessia normal. Lilly preocupava-se com o que a avó de
Sarah dissera, Drake com o que a bela dama do lago lhe dissera, e Layla e Sam
prosseguiam também com seus problemas. O jovem de cabelos azuis sentou-se numa
pedra, mas logo se levantou ao notar sua bermuda ter sido suja de verde.
—Esse
lugar é fedido. —confirmou. —É uma Safari Zone na natureza.
—Nem
fale. —concordou a ruiva. —Lugares assim por umidade acabam por permitir
crescimento de fungos, e musgo até na água, e assim criam esse cheiro
desagradável. Entendeu?
—Hã...
Claro...
Sam
deu uma risadinha, mas o grupo logo voltou a ficar silencioso. Sem a alegria e
as críticas de Lilly não era a mesma coisa, e nem o mesmo grupo. Alguns
treinadores passavam às pressas pela rota, mas alguns ainda decidiam por
batalhar lá. Não era difícil encontrar Pokémons naquele lugar, mas nenhum dos
quatro tinha vontade de iniciar capturas naquele instante.
Um
treinador em especial se aproximou do bando. Tinha cabelos castanhos, desarrumados.
Trajava um abrigo verde-oliva, e uma calça preta, assim como as luvas que
cobriam suas mãos. O rosto era pouco familiar, mas mesmo assim este insistiu em
aproximar-se do grupo.
Image by Germanmissiles |
—Drake
Eavans, há quanto tempo! —disse ele.
—É...
Pois é, né? Quanto tempo… —disse Drake.
—Não
me reconhece? —questionou.
—Foi
mal aí, cara, mas não. —respondeu o jovem de cabelos azuis.
—Eu
sou o Thomáz, e você me derrotou na final do seu primeiro Contest, lembra? —perguntou, não muito animado.
—Thomáz!
Cara, há quanto tempo! —exclamou Drake, abraçando-o. —Como anda a vida nos Contests?
—Na
verdade eu os larguei. —respondeu ele. —Agora sou meio que treinador, mas tenho
encontrado uns bicos auxiliando meu pai em mecatrônica.
—Maneiro,
maneiro... Pena que não é mais coordenador, eu ficaria feliz em competir
contigo novamente.
Os
dois haviam competido em um Contest
de Aurora City, e Drake saíra com a
vitória. Apesar disso, a competição fora memorável para ambos os lados,
representando uma boa amizade, embora nunca mais tenham se visto. Certamente
teria novas técnicas agora que seguia carreira como treinador.
—Mecatrônica?
Tipo assim… Você sabe concertar algumas coisas? —questionou Drake.
—Pode-se
dizer que sim. —sorriu ele, evitando rir.
—Será
que você consegue dar um jeito nisso? —pediu ele.
Drake
revirou sua pequena mochila, e de lá saiu uma caixa comprida, com um lado feito
de plástico permitindo a visualização de seu conteúdo. Era a mesma criatura
robótica que havia encontrado com Lilly caído por aí, que seria tachado como
lixo. Finalmente havia encontrado alguém para concertar a máquina, e dar a
Drake um novo Pokémon.
—Rhitwhir?
Poxa, precisa ter dinheiro pra conseguir um destes. —afirmou Thomáz.
—Na
verdade eu o achei no lixo, mas depois de uns concertos ele deve ficar novinho
em folha, né? —brincou ele.
—Talvez.
—respondeu. —Vou ver o que posso fazer, te entrego assim que conseguir
concertar, O.K?
Drake
assentiu, e entregou nas mãos do ex-rival sua máquina. Os dois prosseguiram
conversando, enquanto alimentavam-se de alguns lanches feitos pela avó de
Sarah, acompanhados por Layla e Sam. O garoto de cabelos castanhos tinha
diferentes experiências para compartilhar-lhes, e seria bom para matar o tempo.
Do
lado oposto, Lilly se levantou. Os outros quatro adolescentes pararam, a
fitando. A mesma permaneceu os observando, até apontar na direção da garota
ruiva. Elas se encararam, mas logo a menina se pronunciou:
—Layla,
eu te desafio para uma batalha.
—O
quê? —perguntou. —M-mas assim, do nada?
—É,
eu quero… Testar algo…
—Tudo
bem, se assim deseja irei te auxiliar. —concordou.
—Te
peço apenas uma coisa. —disse ela, receando Layla. —Não pegue leve comigo.
A
ruiva assentiu, ainda que desconfiada. Lilly planejava algo, e certamente
chamar Layla para batalhar havia sido esquisito. Sem mais, Lilly lançou seu
Pokémon mestre, Fippy, enquanto que Layla pegou uma Pokéball da bolsa que
carregava. Atirou um Pokémon diferente, uma espécie de pássaro psíquico, com
rubis em certas partes de seu copo. Era gordo e grande, mas acima de tudo era
raro, era uma ave de espécie antiga utilizada pelos sábios a vários propósitos,
chamada de Eruwisdom.
—Comece
com uma cortina do SmokeScreen. —ordenou
Lilly.
Fippy
atirou uma densa cortina de fumaça, dificultando a visão de todos. Uma nuvem
negra permaneceu flutuando em volta do grupo, e certamente iria atrapalhar a
batalha, do lado de Layla. Lilly permaneceu quieta, passando confiança para seu
Pokémon.
—Uma
boa estratégia diminuir a probabilidade de visão do adversário. —admitiu Layla,
sem sequer conseguir distinguir onde encontrava-se a adversária. —Vamos usar o Reflect.
O
pássaro criou uma fina parede translúcida em torno de si, com o intuito de
dificultar os ataques diretos provenientes do inimigo. Lilly parecia
concentrada em outras coisas, lembrando-se de que a mesma garota na qual batalhava,
era quem havia tirado boa parte de seu bom humor. Sentimentos ruins e confusos
tomaram sua cabeça, impedindo que pensasse em uma estratégia:
—Flame Wheel…
O gato de fogo
apenas obedeceu aos comandos de sua mestra, girando com um lança-chamas até
transformar-se em uma poderosa roda de fogo. Fippy partiu para cima de Eruwisdom,
mas a parede quase transparente diminuiu o impacto para com a ave, causando
poucos danos.
—Ela sabe que
o Reflect dobra a Defense do adversário, então por que
utilizou esse ataque? —questionou Sam.
—Sam, acho que
ela não está simplesmente focada nisso. —confessou Drake, conseguindo
compreender a amiga.
—Ok, Psybeam. —pediu Layla.
Agora o
pássaro gordo atirou um raio colorido da joia em sua testa. O ataque especial
atingiu com força o gato de fogo, causando-lhe alguns danos e o confundindo por
um instante. A cortina de fumaça já se decepava em meio ao vento, e as
estratégias iam por água abaixo.
Agora a menina
tentou concentrar-se. Deixou de lado a raiva com Layla, ou com Sam, e simplesmente
limpou sua mente. Sequer acreditava que havia conseguido acabar com as ideias ruins
e focado em seu objetivo. Olhou confiante para seu Pokémon, recebendo o mesmo
toque de confiança do mesmo. Disse com tanta simplicidade que até surpreendeu
os amigos:
—Flamethrower.
O
gato de fogo lançou um poderoso raio flamejante em direção do pássaro, que não
conseguiu escapar. O ataque ignorou a parede criada pelo Reflect e apenas acertou em cheio seu alvo. O Pokémon ficou
chamuscado, logo em seguida caindo desmaiado. Era raro, mas Layla raramente
treinava seus Pokémons, visto que seus objetivos eram outros. Mas nem por isso
deixou de parabenizar Lilly.
—Ótima
batalha, Lilly! —exclamou a ruiva. —Seu Fippy está em um nível alto, e tenho
certeza que com um pouco mais de treino ele vai…
A
palavra que Layla procurava era “evoluir”, mas no mesmo instante que dissera
isso teve seus pensamentos realizados. O gato de fogo foi tomado por uma luz
esbranquiçada, aumentando gradativamente de tamanho e alterando em pouco sua
forma. Todos se surpreenderam, mas logo em seguida houve uma surpresa maior,
não exatamente para Lilly, Sam e Drake. Fippy retornou a sua forma, acabando
com a chance de evoluir.
—Aconteceu
de novo... Ele quase evoluiu… —comentou Drake.
Todos
silenciaram-se, por simplesmente não compreenderem. Drake e Sam quase foram
capazes de pensar que o Pokémon era como a treinadora, teimoso e incapaz de ser
compreendido com suas ações espontâneas. Lilly apenas dirigiu-se quieta para a
frente de Layla, e todos permaneceram ansiosos, para ver o que ela diria, se a
ameaçaria ou debocharia de derrotada. Mais surpreendente ainda, foram suas
palavras:
—Valeu
pela batalha. —ela agradeceu.
A
garota fez sinal para que seu Pokémon a seguisse, e Fippy saltou para cima de
seu ombro, como um papagaio de pirata. Lilly afastou-se do grupo, procurando
uma área entre árvores onde pudesse ter mais privacidade. Os quatro outros
amigos ficaram a fitá-la saindo de lá, confusos.
—Ela
está bem? —questionou Layla. —Vocês mencionaram que ela sempre é alegre e
divertida, mas sempre que a vejo ela está quieta...
—Ela
encontrou alguém melhor que ela. —explicou Sam. —Ela encontrou uma rival maior,
alguém com mais conhecimento e que consegue ser aquilo que ela não consegue...
Gentil, caridosa... É uma rival diferente das batalhas.
Era
a verdade. Assim que Layla surgiu tornou-se a heroína do grupo, a estrela, embora
não tivesse feito isso por mal, e muito menos intencionalmente. Mas teria
deixado de ser a atração principal, e Sam e Drake não corriam mais atrás de si,
nem faziam mais muita questão de tê-la por perto. Essa ideia, ao menos, era
algo que Lilly formulara.
Ela
sentou-se a uma pedra, e notou o céu começar a ficar pouco mais escuro. Fitou
as nuvens, o sol, a imensidão azul… Fippy seguiu seu olhar por um instante,
quando esta parecia perdida em seus devaneios. Enfim parou de olhar para cima,
e olhou para o gato de fogo, pronunciando-se:
—Você
não quer evoluir, né? —perguntou, sem deixar demonstrar felicidade ou tristeza.
—Busca força sem precisar alterar-se, sem mudar sua essência… E quero que saiba
que não me incomodo.
O
Pokémon se surpreendeu. Naqueles dias, Lilly aprendera sozinha muito mais que cuidar
de uma fazenda, mas também a se cuidar, controlar-se. Ela lançou seus outros
Pokémons, e retirou o ovo que ganhara de Jefferson da bolsa, como se quisesse
que se juntasse aos outros. Ela disse:
—Muitos
treinadores pegam Pokémons para evoluí-los, para ser forte... Mas eu não
preciso disso. —ela garantiu. —Não preciso do time mais balanceado, nem dos
mais raros... Quero apenas aqueles que me deem a alegria de batalhar.
A
equipe ficou lisonjeada. Lilly já não era mais uma simples treinadora, era uma
amiga de todos eles. Por seu próprio mérito, poderia, quem sabe, alcançar
diversas conquistas. Mas será que apenas todo aquele sentimento seria
suficiente, ou precisaria de mais? Ela abraçou todos seus Pokémons em grupo,
enquanto o sol se punha ao fundo:
—Uma
coisa eu lhes prometo. —disse, cuidando para não derramar lágrimas. —Seremos os
melhores de Ethron, e provaremos isso na liga do fim do ano. Eu vou levá-los
junto de mim, rumo à vitória.
1 comentários:
Diga ae, Haos! Que interessante, aos poucos estou notando mais traços de todas aquelas velhas ideias que você costumava me dizer ainda na primeira temporada, das histórias de Percy Jackson, de criaturas mitológicas, e só de ver um vislumbre do próximo capítulo já fiquei nessa ansiedade louca para entender mais do assunto! Tenho algumas suposições sobre isso tudo, mas uma coisa eu garanto: Essa loira será a minha favorita, afinal, o amor vence tudo kkkk A conversa do Drake com ela foi tão sobrenatural que passei a criar certas suposições sobre o que pode vir a acontecer, e de pouco há pouco tenho certeza que esse tipo de enredo irá me impressionar mais e mais.
Mesmo que essa cena inicial tenha sido minha parte favorita tivemos alguns momentos bem agradáveis no decorrer do capítulo. Um técnico em mecatrônica será bem interessante, estou ansioso para ver aquele bichinho ser reconstruído, e por fim mostrando toda sua força numa batalha! A Lilly continua sendo uma fofa para mim, ela é tão independente, frustrada e deprimida que ela acaba se tornando fofa, sacou? kkkkkkk Ela é o tipo de mulher que eu adoraria encontrar, mas fica difícil essas moças gostarem de um nerdão. Vamos lá, Sam! Você é a minha esperança de que algum dia poderei encontrar alguém como a Lilly, não se limite às moças inteligentes, mostre que ser burrinha também é um charme! kkkk Não entenda isso como algo ruim, eu acho a Lilly uma personagem fantástica.
Por fim, foi um capítulo muito bom meu companheiro, adorei a leitura e senti que tudo fluiu muito bem na medida que o enredo prosseguia. Aos poucos você está apresentando pontos importantes do roteiro, e sei que as coisas daqui para frente sofrerão mudanças drásticas! Para melhor, é claro! ;) Abração, Haos! Siga em frente com essa semana de provas companheiro, vai que o Jonatas vai te dar uma força e esse ano será concluído com enorme êxito, rumo às provas finais!!
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