Sam
e Layla caminhavam tranquilos por Legeny Town, lado a lado. O movimento da
cidade era quase nulo, e o tempo agradável que fazia era útil para uma boa
caminhada. Cada pequenina rua da cidade parecia contar uma história, uma lenda,
e o grandioso museu a qual haviam visitado ainda dispunha de todo o esplendor
característicos a antigos.
—Costumo
ser sempre apaixonada por história antiga! Meu Chrominus! —exclamava Layla.
—Realmente
é muito interessante. —concordou Sam.
Aos
poucos uma garota de cabelos rosa se aproximou. Calmamente procurou se dirigir
em frente aos dois amigos, mas não os interrompeu. Ambos ainda trocavam ideias,
e quando se viraram puderam notar a presença daquela garota. A mesma esboçou um
sorriso tímido e se pronunciou:
—Sam…
Você poderia me ajudar a treinar? —questionou, como já era de costume, mas
ainda tinha dúvidas quanto à resposta.
—Claro,
eu adoraria. —concordou ele. —Layla, se importa se eu for?
—De
maneira alguma. —disse a ruiva. —Divirtam-se.
Agora
os dois iam saindo aos poucos, procurando algum canto mais tranquilo dentro da
cidade. Era admirável, sem dúvidas, mas já havia um tempo que os dois não
batiam o mesmo papo de pouco tempo atrás. Apesar de um pouco de distância
temporária, Lilly não hesitou em tentar quebrar o gelo:
—Ela
parece legal…
—E
ela é, Lilly. —exclamou Sam. —Eu tento te dizer, ela pode ser de grande ajuda
em qualquer estudo ou treino seu.
A
garota sorriu, mas não prolongou aquele assunto. Enfim chegaram ao destino,
então procuraram qualquer sobra onde pudessem impedir aqueles raios solares de
lhes queimar a pele. Lilly inspirou o ar profundamente e o expirou.
—Bom,
o próximo Gym é…
—Ginásio
de Heaveir City, e se meus
conhecimentos não falham, é especializado em tipos Flying. —explicou o jovem de cabelos azuis. —Eles são fracos
contra…
—Ice, Electric e Rock. —respondeu a menina de prontidão, como uma criança ao receber
a pergunta de um aluno.
—Perfeito!
Viu só? Você aprende bem as coisas.
—Obrigada,
professor. —brincou. —Mas só tem um detalhezinho… Eu não tenho nenhum destes
tipos…
—Complicou…
Veremos se não encontramos qualquer outro Pokémon na próxima Route, sim? —sugeriu.
—Obrigada
pelas ajudas, todas as vezes… —ela agradeceu novamente.
—Disponha,
até porque você progrediu muito desde que nos encontramos pela primeira vez,
sabia? —sorriu o amigo.
—Eu
não sabia porcaria nenhuma… —gargalhou Lilly, em seguida fechando a cara. —É
que não tive muito incentivo na parte de meu futuro como treinadora.
—Como
assim?
—Meus
pais não queriam que eu fosse treinadora.
—E
eles mudaram de ideia?
—Não
vamos querer falar sobre isso agora, não é? —cortou ela, tentando disfarçar
qualquer expressão que viesse ao seu rosto.
—Também
vi pouco meus pais nos últimos tempos, se serve de consolo. —respondeu Sam. —Se
eu pudesse pedir algo, seria que os visse de novo logo.
Pedidos
e desejos. Os humanos são incapazes de perceber a força de tais ações, ou como
elas podem recair sobre estes. Às vezes, qualquer simples palavras jogadas ao
vento poderiam acabar se concretizando, se o destino permitisse tal feito.
Porém, Sam não parecia tão preocupado com aquilo, logo voltando a conversar:
—Venha
comigo.
Lilly
o seguiu, mas até mesmo o garoto parecia não estar buscando nada específico.
Fitava ao seu redor, à procura de algo, e conseguiu encontrar. Havia um
majestoso Rapidash, e apesar de tais Pokémons não serem nativos do continente
ainda assim eram trazidos para as fazendas locais das pequenas cidades
próximas. O mesmo era amarrado por uma corda a uma cadeira vazia, e lá permanecia,
como se estivesse preso ao solo.
—O
que você vê? —perguntou Sam.
—Um
Rapidash… Amarrado em uma cadeira. —respondeu ela como se fosse algo totalmente
simples, e na realidade era mesmo.
—Exatamente.
—disse. —O que você pode concluir?
—Que
você pode amarrá-los em cadeiras?
Sam
sorriu, por ver que os velhos tempos ainda estavam na ativa, onde aquela garota
teimosa não conseguia compreender suas metáforas, e apesar de não comentar, ele
adorava aquilo, adorava ensinar coisas para a amiga e vê-la mostrar sua
personalidade curiosa.
—Você
não acha que um Pokémon forte desse consegue se soltar desta cadeira? Que
consegue sair de lá numa boa? —perguntou.
A
garota refletiu por alguns instantes. Aquilo fazia sentido.
—Acho
que sim. —respondeu, por fim. —Aonde você quer chegar?
—O
que quero dizer é: Muitas vezes nossas barreiras são muito mais mentais que
reais. Nossos valores são ensinados assim que entramos para o mundo, e às vezes
eles podem nos impedir de conseguir coisas que desejamos… —explicou, filosofando.
—Mas o que você quer não é uma coisa ruim, não é um pecado. Não deve parar de
seguir seu sonho.
Lilly
fitou o rapaz. Sam também progredia muito, mas a figura de um grande amigo em
conjunto com um professor era algo que ela adorava. Não compreendia como às
vezes podia ser tão besta com esse, mas o jovem também pensava aquilo de sua
própria pessoa.
—Muito…
Muito obrigada. —sorriu.
Aos
poucos um grande número de nuvens acinzentadas e fundidas tapava a bela visão
do céu, como uma cortina negra. A brisa fresca que soprava foi substituída por
ventanias frias e malévolas, como se assoviassem uma canção obscura em meio
àquela paisagem que aos poucos se tornava sem vida. Pequenas gotículas de água
eram derramadas pouco a pouco, começando com um pequeno número, mas deixando
claro que milhares daquelas seriam mandadas em pouco tempo.
—Oh-oh...
Uma tempestade tensa se aproxima… —alertou Sam.
A
dupla correu, procurando abrigo. Nos últimos tempos, as tempestades em Ethron
tornavam-se mais perigosas, como na memorável durante a estadia em Funment City. Rachel era capaz de
explicar com simples palavras, mas para todos era uma grande conspiração do
destino. O museu da cidade tornou-se um verdadeiro abrigo para todos, e não
tardou para que os cinco amigos se reencontrassem, Drake, Layla, Rachel,
Thomáz, Lilly e Sam.
—Essa
não, os Deuses devem estar tendo uma reunião… —comentou Rachel. —Tenho certeza
que essa fúria vem de Zaellis, só não sabemos o motivo…
De
repente, um senhor veio correndo em direção de todos:
—Os
Pokémons estão fugindo! Estão descontrolados!
Tratava
de apenas um velho homem, com alguns típicos Pokémons de fazenda, que planejava
transportar alimentos e afins para a cidade mais próxima, Carevite Town, a qual também mantinha um clima rural. Porém, todas
as criaturas pertencentes a este fugiam descontroladas, como se estivessem
enfurecidas.
—Espera
isso não pode ter relações com os lendários… —disse Rachel quando viu os
Pokémons fugindo. —Só vi alguma coisa assim acontecer quando…
—Quando
Ethron sofreu O Apocalipse, quatro anos atrás! —disseram todos os cinco em
conjunto.
E
realmente fora assim que tudo começou. Pequenas coisas, um descontrole, e aos
poucos tudo era destruído pelas criaturas que eram até mais amigas e companheiras
que muitas pessoas. Aquele pensamento trouxe impressões ruins para todos, mas
Drake parou para notar algo que também lhe chamou a atenção.
Duas
crianças discutiam. Uma menina e um garoto. O pequeno menino jazia debaixo da
cobertura do museu, enquanto que a garota estava na chuva, ainda que ambos
estivessem encharcados. Ambos gritavam um com o outro para se ouvirem, visto
que a tempestade que caía trazia sons e ruídos altos e assustadores.
—Não!
Eu vou voltar sozinha, não quero mais te ver! —disse a garota.
—Espera,
tá chovendo! Você pode se machucar! —repreendeu o menino, preocupado.
—O
que essas duas crianças estão fazendo nesse tempo? —questionou Layla.
A
garotinha havia perdido a cabeça.
—EU
NÃO QUERO MAIS TE VER! —gritou, chamando a atenção dos Pokémons endiabrados.
Déjà vu.
Os
olhos de Drake pareceram começar a nadar em meio a algumas lágrimas que
custavam a não cair. O garoto começou a correr impulsivamente, como se alguém
estivesse prestes a vivenciar um pesadelo. Seus amigos não entenderam a
princípio, se aquela disposição era apenas para proteger a garotinha, que fugia
descontroladamente.
—Drake,
onde você vai? —gritou Lilly.
—Isso
nunca mais vai acontecer! Nunca na minha frente! —balbuciou o jovem enquanto
corria, para si mesmo.
O
garoto de cabelos azuis já não se importava com a chuva, com os trovões ou
raios, ainda que de um instante para outro tudo fosse iluminado com uma luz
branca, como se algo estivesse muito perto. A pequena correu para se abrigar em
uma árvore, mas o grupo de Pokémons logo a alcançariam e a massacrariam.
—Ela
não pode ficar perto deste tipo de árvore, elas são boas para atrair raios durante
tempestades! —comentou Layla desesperada.
Drake
correu para perto da menina e a afagou em seus braços. Nunca havia a conhecido,
e a recíproca era verdadeira, mas ainda assim ela não se impediu de abraçá-lo,
tremendo e aterrorizada. A situação se agravava, mas o garoto simplesmente
disse para si mesmo, enquanto derramava algumas lágrimas, tentando fugir do
passado.
—Não
vou deixar isso acontecer de novo.
Um
raio atingiu a árvore, mas Drake começou a brilhar em um tom anil. Se fosse um Contest certamente ganharia a nota
máxima pelo contraste com a iluminação esbranquiçada às suas costas. Os amigos
gritaram ao ver o local ser atingido e em seguida pegar fogo. Era simplesmente
fatal, mas todos os que presenciavam a cena quase enfartaram ao vê-lo de pé com
a garota no colo. Com o impacto, os Pokémons tinham se afastado, mas logo
acabaram por retomar consciência.
—Ele
está sendo reclamado, não é? —disse Sam.
—Sim,
ele é descendente de Zaellis, o rei dos Deuses, senhor das tempestades!
—respondeu Rachel aliviada.
O
tumulto passara, e certamente era o único jeito de se sobreviver a um raio. Se
é que não fora algo pré-planejado. O jovem levou a garota em seus braços, e a
mesma ainda tremia de agonia, a pele gélida pela chuva que aguentara nos
últimos instantes. Ninguém mais a perseguia, e talvez a única razão do
descontrole dos Pokémons tinha sido a tempestade. Mas Layla e Sam duvidavam.
—Muito
obrigada, menino! —exclamou a garotinha.
Drake
levou-a para perto do amigo, e em seguida posicionou-os em sua frente. Soltou
um suspiro longo, e os fitou por alguns instantes. Estes aguardavam que
palavras sairiam da boca daquele garoto, que na visão infantil era seu herói.
—Olha,
eu não sei o que você fez pra ela, mas nunca repita isso. Nunca deixe que ela
saia de perto de você, nunca perca sua amiga. Nenhuma pessoa volta. —disse ele,
coçando os globos oculares impedindo que qualquer lágrima pudesse cair
indesejadamente. —E você, mesmo não sabendo o que ele fez, nunca aja assim.
Tenho certeza que ele se preocupa muito com você, não o deixe!
Ambos
não haviam entendido. Uma mente tão inocente e ingênua era incapaz de entender
tais palavras, mas sequer Drake conseguia se expressar em apenas algumas
frases. O ocorrido lhe lembrava de Melissa, e nunca mais permitiria que dois
amigos fossem separados pela morte. Ao menos em sua frente.
—Mas
o quê…? —perguntou Rachel.
—Ele
teve capítulos difíceis na vida… Ele pode ser filho de campeões, mas as aparências
enganam. —disse Sam.
—Você
está bem? —perguntaram Sam e Lilly, vendo-o se aproximar cambaleando.
—Tudo
certo, obrigado, gente. —sorriu ele.
—Agora
não me surpreendo mais… Afinal, descendente de alguém tão importante sua
família ganhou o sangue divinal mais imponente e majestoso. —disse Rachel,
sorrindo. —E quem sabe seu futuro também seja tão brilhante como todos os seus
ancestrais?
Aquilo
era com que o garoto menos se preocupava, pois ainda se sentia igual antes. Em
momentos normais estaria pulando de alegria por algo tão inusitado ter
ocorrido, mas estava sem energia ou vontade daquilo. Aos poucos as nuvens se
dissipavam, e o mesmo sol belo retornava. As chuvas de verão eram mesmo
imprevisíveis.
Thomáz
anunciara ao grupo que deveria se separar deles. Tinha os próprios afazeres
naquela cidade, mas se o futuro permitisse, estes se reencontrariam na Pokémon League, como grandes treinadores
competindo entre si em uma conferência.
—Tem
certeza que não quer vir com a gente, cara? Você faria uma baita diferença!
—disse Drake dando alguns tapinhas nas costas do colega.
—Obrigado,
Drake, mas ainda tenho minhas coisas para resolver. —mencionou o jovem. —Logo
mais nos vemos.
—Claro,
e valeu por ter consertado meu Pokémon! Tu é foda! —sorriu o garoto de cabelos
azuis.
—Imagine,
foi divertido.
—Tome
cuidado, lembre-se, os Pokémons descendentes de criaturas malignas adoram-nos
como refeição. —alertou Rachel.
O
grupo riu, mas a ruiva não entendeu. Ela apenas falava daquilo, e era curioso
como não tinha cabeça para mais nada que atraia as garotas na época. Certamente
aquele grupo conseguira unir as garotas com personalidades mais peculiares do
continente, embora não o citassem.
Uma
nova Route se aproximava, e após ela
uma cidade grande para quebrar a monotonia. O local pelo qual passavam era
demasiado tranquilo, mas era de certa forma possível notar barulhos e sons
provenientes da cidade seguinte. Vez ou outra um avião podia ser avistado bem próximo,
o que chamava a atenção para um ponto pouco distante.
...
Após
poucas horas de caminhada o grupo decidiu fazer uma pausa. Procuraram algum
lugar onde pudessem descansar um pouco, e relaxar após a manhã conturbada.
Depois daquela tempestade não era possível notar a presença de Pokémons na
rota, o que significava que todos teriam aproveitado para se esconder. Drake
sugeriu:
—Lilly, que
tal uma batalha para treinar nossos Pokémons?
—Vou
acatar o pedido, “senhorito”. —respondeu a jovem.
—Então
eu serei o juiz, como nos “velhos tempos”. —comentou Sam.
O
trio se separou, Drake indo para o lado esquerdo e Lilly para o lado direito,
enquanto que Sam permaneceu no meio. Ambos os amigos se aqueceram e alongaram,
como se fossem praticar uma luta de boxe um contra o outro. Rachel e Layla se
prepararam para assistir a disputa, mas pareciam quase tão empolgadas quanto.
—Esse
pessoal é demasiado doido… Mas acho que é isso que faz deles tão legais, não é?
—brincou Rachel.
—Sim,
tenho que concordar. —sorriu Layla.
—Olá
senhoritas, sejam bem-vindos à luta do século. Digo, da semana. —brincou o
jovem de óculos. —Cada um dos dois lados pode usar um único Pokémon. Então,
podem começar…
—O.K,
Koalappy, vamos lá!
—Chrome,
pode sair!
Lilly
lançou seu pequeno coala, que como de costume saiu da Pokéball cambaleando,
como se tivesse acabado de acordar. Drake lançou o mais recente adquirido robô,
Rhitwhir, que fez o mesmo som que um computador sendo ligado. Drake retirou um
pequeno joystick do bolso, e se preparou para batalhar.
—Já
deu um nome para seu novo robozinho? —provocou a garota.
—Essa
é a Lilly que eu conheço, toda sem “emice” e que adora provocar! —brincou
Drake.
A
garota riu, e fitou o adversário por um instante. Era uma verdadeira máquina,
então não se cansaria facilmente, e embora estivesse com poucos ataques
disponíveis ainda poderia surpreender bastante durante a batalha. A menina se
pronunciou:
—Vamos
usar o Defense Curl!
Koalappy
criou uma pequena esfera em torno de si, que aos poucos fundiu-se ao seu corpo,
aumentando o nível de defesa para ataques físicos. O amigo coçou a cabeça:
—Vai
aumentar a Defense com um Pokémon
cheio de Special Attack? Não muito
engenhoso, minha colega. —provocou
—Eu
só estou me aquecendo, amiguinho.
Drake
pressionou alguns botões do controle e fez o comando para que Chrome utilizasse
Psybeam. Um raio colorido foi
desferido no coala, que caiu sentado por não ter grande defesa especial. Em
seguida utilizou-se de Headbutt, para
cabecear o adversário, que não possuía altos níveis de defesa.
A máquina
começou a se movimentar agilmente após um comando dando indícios de Agility. Koalappy, após Lilly lhe
ordenar, uniu espinhos do ambiente e desferiu um soco em Rhitwhir, mostrando o
poder de Secret Power. Layla e Rachel
assistiam tranquilas a batalha, mas continuavam interessadas nas estratégias
que ambos poderiam estar preparado.
Koalappy
parecia estar muito mais fraco, principalmente após receber outro Psybeam. Lilly ordenou que utilizasse o Rest, onde poderia aumentar seu HP gradativamente, embora ficasse
adormecido nestes turnos. Era um ataque que exigia estratégias maiores, mas era
a única saída de Lilly naquele instante. Porém, Koalappy foi tomado por uma luz
branca, mas desta vez não era um trovão.
—Hã…
Eu sei que ele se recupera quando dorme, mas ele está…
—Evoluindo!
—exclamou Lilly.
O
Pokémon aumentou bastante de tamanho, chegando a ficar maior que Lilly. Sua
pequena fofura virara uma espécie de urso gigante, realmente muito mais forte e
resistente, porém ainda mantinha a típica expressão de sono. Quando acordou,
pôde ver o mundo na forma de Koalarge.
—Meu
pequenino virou um… Grandalhão… —suspirou Lilly.
—Quero
ver se você vai conseguir vencer esse carinha novamente quando eu instalar uns
novos TMs nele. —disse Drake recolhendo seu robô.
Lilly
cumprimentou Koalarge, e em seguida o Pokémon caiu adormecido novamente. Com o
aumento de tamanho, só ganhara mais sono. A garota recolheu-o de volta à
Pokéball, contente por dentro em ter evoluído aquele Pokémon. Porém, as demais
criaturas pertencentes à rota estavam em movimento natural naquela hora, talvez
até mais agitados.
—Boa
batalha pessoal… Mas acho que os Pokémons da rota ficaram meio agitados depois
dela. —disse Sam.
—O
Koalappy, você ficou… Digo, o Koalarge, ficou muito mais forte! Ahá, todos que
não tinham fé no pequenino se deram mal! —comemorou a menina.
—Minha
sugestão é que invista na Defense
dele. Por enquanto ninguém no seu time cobre esse papel, então aos poucos ele
pode ir ganhando importância. —sugeriu Sam.
Com
certeza Sam tinha alguns planos para Koalarge. Este poderia utilizar itens que
aumentassem sua defesa e enquanto utiliza Rest,
usar Sleep Talk, um golpe que Lilly ainda custava para fazê-lo aprender, mas ainda
tinha esperança de consegui-lo logo.
Layla
e Rachel apontaram para um lugar próximo, e mencionaram que aquele Pokémon havia
assistido toda a batalha e aguardava a sua vez de entrar em campo contra Lilly.
Talvez tivesse ficado interessado em treinar suas técnicas, ou então queria
testar a força da garota e ver se estava à sua altura. Era um pequeno lobo, os
pelos indicando eletricidade estática passando. Apesar do tamanho, aparentava
ser realmente determinado e forte, com sua habilidade Intimidate.
A
garota fez um sinal para que o Pokémon a acompanhasse e disputassem uma
batalha, e o mesmo assentiu com a cabeça. Lilly lançou novamente Koalarge, que
não ficou deveras contente por ter que entrar em ação de novo, mas se era
aquilo que sua treinadora desejava, iria fazer o melhor.
O
Pokémon avançou contra o grande coala e usou Tackle, mas Koalarge sequer saíra do lugar pelo pouco impacto. Avançou
com o Headbutt e o lobo realmente
recebeu um dano mais considerável. Não se permitiu cair, correndo na direção do
adversário enquanto reluzia em uma luz amarelada, um Spark. Por fim, Koalarge utilizou Secret Power, e realmente causou danos ao inimigo.
Lilly
não perdera tempo e pegara uma Pokéball dentro de sua bolsa. Esta negra, com
meio arco amarelado. Era, após a Master
Ball, a capsula com mais probabilidade de captura, cerca de duas vezes de
uma Pokéball comum. A garota lançou-a no Pokémon, e em seguida debateu-se três
vezes, até enfim demarcar uma captura.
—Ultraball?
Que exagero. —comentou Drake.
—Me
deixa ser feliz.
—Pessoal,
eu não quero decepcioná-los, mas o dia está escapando da gente. —disse Sam
olhando para o céu e notando que já não estava mais tão claro.
O
grupo se levantou novamente e apertou o passo. Deveriam chegar na próxima
cidade logo quando escurecesse, permitindo que passassem o dia seguinte inteiro
em função de explorar aquela grande cidade. Turbinas de aviões já eram ouvidas,
e pareciam pousar cada vez mais próximos. Rachel deu um salto após ver-se ao
lado de uma caverna.
—O
que me lembra: Temos que dar uma olhada no Mt. Olympus! —exclamou.
—O
conjunto de cavernas? —perguntou Lilly descontente. —Não, valeu.
—O
topo do Mt. Olympus e onde jazem todos os lendários durante as reuniões. —explicou,
mas parecia realmente preocupada. —Só tem um problema… Apenas os reclamados
podem ir.
—Então
a Lilly e a Layla ficam? —disse Drake. —Tudo bem…
Rachel
deu a mão para os dois garotos e disse que ambos deveriam fazer o mesmo.
Seguiram as ordens da garota, que parecia já ter executado aquela ação. Rachel
havia lhes contado muita coisa sobre aquele assunto, mas ainda estava longe de
ser tudo. Esta fechou os olhos e proferiu:
—“O kyríarchoi tou kósmou , epitrépontas ti̱n eísodo to̱n apogóno̱n tous sto paláti tou ouranoú”
Sam e Drake podiam jurar que tinham apenas piscado, mas
quando notaram, não estavam mais na Route 310. Layla e Lilly ficaram alguns
instantes em silencio. Não sabiam exatamente o que dizer visto que sequer
tinham parado para conversar mais afim naqueles tempos. A ruiva quebrou o
silêncio:
—Você têm progredido bastante,
Lilly, tenho certeza que logo estará vencendo todos os Gym Leaders.
—Imagina… —disse Lilly, contente.
—Espero que todas as conclusões que você e o Sam têm feito de pesquisas estejam
dando certo…
—Obrigada, está tudo bem. O Sam
fala bastante de você. Bastante e bem, aliás. —corrigiu. —Agora vejo que é mesmo uma pessoa
muito divertida!
As duas trocaram alguns
sorrisos. Mas não imaginavam o que poderia estar acontecendo lá encima, no topo
do Mt. Olympus. Em uma fração de
segundo após Rachel dizer aquelas palavras em um idioma antigo, estavam logo no
aclamado local, alvo de lendas e histórias antigas, quando os humanos montavam
suas suposições sobre o que lhes aguardava no topo.
—WOW! —foi a única palavra que
saiu da boca dos garotos.
Longe de onde qualquer olho
pudesse avistar, acima das nuvens no céu. Era onde estavam. Pokémons pássaros
que nunca haviam visto voavam por lá, enquanto passavam pelas cortinas de
nuvens. Era como uma verdadeira cidade, repleta de palácios e construções
antigas, todas feitas dos materiais mais nobres existentes como o ouro. Parecia
tudo reluzir à luz solar, deixando no ar um tom místico, magnificência e
nobreza.
Era o lugar mais belo que já
tinham visto, e imaginavam como era possível que tudo aquilo existisse bem
debaixo do nariz de todos. Ou melhor, acima. Pararam por alguns instantes para
fitar aquela paisagem impressionante, e até Rachel que já havia o visto ou
frequentado soltava seus suspiros.
—O que acham daqui? É magnífico,
não? —perguntou a ruiva.
—É o lugar mais místico que já
presenciei, é fantástico! —disse Drake, boquiaberto.
Sam parecia fitar e tocar um
grande pilar em sua frente, feito do mesmo material que tudo à sua volta.
—Que tipo de material…
—Ouro celestial. —respondeu a
menina. —Prata celestial, bronze celestial, e todos os materiais indestrutíveis
e fabulosos imagináveis.
Estátuas do mármore mais polido
possível também decoravam o espaço. Mas uma construção os fazia suspirar ainda
mais. Era imensa, cerca de trinta metros de altura. Gravadas nela, figuras
mitológicas e celestiais feitas de prata celestial, enquanto que o ouro e o
mármore ainda predominavam.
Rachel indicou que deveriam
entrar ali, embora os dois ainda tivessem receio sobre o que poderia os
aguardar lá. Murmúrios e batidas soavam provenientes de lá, mas ainda assim
concordaram em adentrar o local. Dentro conseguia ser ainda mais belo, repleto de
pilastras ainda do mesmo material, com imagens no teto, que parecia tão
distante dos olhos.
Doze tronos, cada um decorado
com individualidade estavam dispostos em “U” no grandioso salão. Em cada um,
alguém jazia sentado, mas a fraca iluminação não permitia que fosse possível
ver cada um afim. Todos se aquietaram ao ver a presença de três jovens, e os
dois garotos pareciam demasiado desconfortáveis.
—O-olá. —disse Sam, baixinho.
—Credeuspai! Olha o tamanho dos
caras. —sussurrou Drake.
—Por Ethron, o que fazem aqui? —questionou
alguém. —A data já chegou, descendente de Artione.
Seu trono era o maior e mais
decorado, mas sua voz era como um trovão ribombando nos céus, o que não
auxiliava para deixar os garotos menos à vontade. Rachel pigarreou e em seguida
também começou a falar, fazendo um sinal de respeito antes de tudo:
—Perdão por nossa interrupção e
tal infortúnio, vossa majestade, mas desejo pedir um pouco mais de tempo.
—Do que ela está falando? —cochichou
Drake, vendo que o companheiro também não compreendia.
—Jovem, já foi lhe dito e
estipulado um prazo. —disse o mesmo senhor. —Ainda não foram capazes de
encontrar todos os escolhidos?
—Ainda não, senhor, mas o
progresso tem aos poucos sido concluído. —ela respondeu. —Juro pelo Rio Estige,
e peço que permita-nos encontrá-los e os respectivos Deuses responsáveis
reclamem-nos.
—O que acham?
Todas as mesmas pessoas voltaram
a murmurar, até que o mesmo homem bateu palmas alto, para que todos se
silenciassem. Uma mulher se levantou, mas ainda era impossível ver seu rosto. A
moça pronunciou-se:
—Devemos lembrar-nos de que
ainda assim faltará uma criança a ser declarada, visto que a criança
pertencente a Hinferis tardaria a ser descoberta, pois este faria de tudo para
atrapalhar-nos. —disse ela.
—O que está acontecendo, Rachel?
—perguntou Drake confuso.
—Artione após me reclamar
responsabilizou-se e me pediu para que encontrasse todos os outros escolhidos…
Mas apesar de saber quem são alguns não sei de quem são filhos. Preciso de mais
tempo. —ela disse.
—Deixa comigo. —respondeu o
amigo.
Os olhos da garota quase
saltaram para fora do rosto, e os cabelos se eriçaram:
—NÃO FAZ ISSO, BAKA! —gritou.
Drake foi ao centro do salão,
com uma expressão de indecisão no rosto. Quase era possível ver os Deuses
esfregando a palma da mão no rosto, enquanto Rachel segurava em uma pilastra e
lhe dava cabeçadas fracas dizendo “agora já era”.
—Hm… E aí, gente boa? Tudo em
cima? —cumprimentou o jovem. —Aliás, encima mesmo, hein, nas nuvens!
O garoto riu, mas notou que um raio
quase o acertara se não tivesse se abaixado na hora certa. Engoliu uma boa
quantidade de saliva, um tanto quanto desconfortável. Aquele senhor com certeza
era Zaellis, o rei dos Deuses, e também seu ancestral.
—Honre seu parentesco divinal,
jovem. —disse o homem.
—Sorry. Olha, faz bem pouco
tempo que eu comecei a entender essa história, e não entendo bulhufas do que
vocês falam. —disse ele sinceramente, fazendo Rachel quase enfartar de agonia. —Mas
de uma coisa eu sei, se eu estou no meio, eu vou até o fim. A Rachel faz de
tudo para encontrar todos os supostos escolhidos, e no começo eu achei que ela
era louca. Mas se vocês ainda tem quase um ano inteiro para se virarem, por que
a pressa?
A mesma mulher se levantou:
—Pequeno, talvez não saiba, mas
o líder dos Titãs, a quem enfrentaremos é senhor do tempo. Até por tal razão
não podemos confiar na passagem dos dias, pois este pode fazer de tudo para
atrapalhar-nos. —respondeu.
—Também sofremos com certas regras, pois a reclamação
só pode ocorrer em momentos determinados em que há uma demonstração de algo
herdado de seu ancestral, ou então em momentos especiais para cada um dos
descendentes. —completou Zaellis.
Ele assentiu, mas continuava sem compreender. Havia
concluído que Rachel precisava encontrar todos os escolhidos logo. E também se
lembrava de algumas reclamações, como de Sam quando Lilly lhe dera um beijo na
bochecha, ou Thomáz quando provou que entendia das técnicas de mecânica e
eletrônica.
—Mas
estão fazendo um bom trabalho, jovens. —completou Zaellis. —Creio que serão
capazes de nos auxiliar durante esta guerra.
—WHAT?
A gente tem que ajudar? —gritou Drake.
—Vocês
deverão, mas acima de tudo já terão descoberto muito mais sobre vocês mesmos. —respondeu.
Ainda
era um tema confuso, mas podiam concluir em que menos de um ano haveria uma
verdadeira guerra entre Titãs e Deuses, e estes deveriam colaborar em conjunto
com os outros descendentes. Por fim, o rei dos Deuses se pronunciou uma última
vez, batendo palmas para que voltassem suas atenções nele.
—Pois
bem, essa reunião está encerrada. —disse. —Até breve.
2 comentários:
Diga ae, Haos! Só um minuto cara, foram muitas coisas ao mesmo tempo, e para melhorar me mandaram sair bem na hora de fazer o comentário kk Agora que estou de volta terei de ir colocando tudo em ordem, por partes. Primeiro, percebo que gosto da Lilly a cada dia, e quanto gostamos muito de um personagem tenho a impressão de que ele se torna mais importante, sabe? kkk Isso é ótimo, as cenas dela são um amor, mas têm que combinar com o Sam pra ficar perfeito. Essa jogada dele ensiná-la enquanto ela se esforça em aprender com ele é muito fofo. Acho que essa é a fraqueza dessas mulheres fortes por fora, elas sempre tentam dar uma de mandona mas ainda precisam de alguém que cuide delas. E por isso ela é fofa, só espero que ela não ouça isso kkkk E por falar na Lilly, juro que esse coala me parecia um dos bichos mais sem graça do mundo. Daqueles Pokémons normais que nunca evoluem. E então, você me apresenta uma evolução, e para melhor ainda posso esperar por mais uma! Cara curto muito criaturas com altas defesas e um HP dos infernos, só agora percebi a relação desse carinha com as verdadeiras muralhas da equipe. E pensar que ele entrou como um Koallapy dorminhoco, hein? Mal posso esperar pela evolução final, aposto que tu vai arrasar!
E já emendo o assunto com o Rhitwhir. Chrome me dá a estranha impressão de que esse carinha será FODA, porque todos os Pokémons com apelidos de computador são FODAS kkkkkkk Curti man, curti muito. E tua imagem cara, show de bola! Estou gostando de ver que você têm investido nisso, adoro ver o desenho que mostra exatamente a visão do autor à respeito de uma cena. Digo que dominar a escrita é um dom, mas poder ilustrá-la é uma arte! Ehh, inventei agora. Whathever, o que quero dizer é que você pode investir nisso cara, e daqui para frente espero ver muito mais de seus personagens. A cena do Dejà Vú me deu um calafrio cara, trouxe a sensação de que "aquilo" poderia voltar a acontecer...
Pois bem, quanto aos lendários ainda acho que precisaria de um bom tempo para me acostumar... Houve uma simples citação que me animou bastante: Dentro de um ano haverá uma grande guerra. Isso dá a sensaçaõ de que ainda vai demorar para tudo isso acontecer, porque na velocidade com que você vinha anunciando tudo cheguei a pensar que no próximo capítulo já terminaríamos o Arco! kkkkk Mas parando para ver foi bom você falar dos lendários agora, para no futuro o pessoal já entender como eles funcionarão e já estarem acostumados. Eu mesmo vou demorar para entender, são muitos lendários e personagens ao mesmo tempo, e por ser tudo novo é normal ter essa dificuldade, mas não pense que é algo ruim, o enredo tem tudo para ser impressionante! Eu pedi a saga do Percy Jackson de presente agora no Natal, e aposto que dando uma lida em tudo voltarei para Ethron com olhos totalmente diferentes. Não manjo tanto de mitologia quanto você, mas para se for para a fanfiction posso virar craque nisso! kkkkkkkk Abração Haos, show de bola cara, continue investindo nesses pontos fortes, mais desenhos, mais da Lilly, e tudo ficará perfeito! O que acha de um especial de romance entre nossa adorável mulher revoltada? kkk Flws man.
Hey Canas õ/
kkkk foi mal aí, cara, admito que foram muitas coisas mesmo que eu decidi apresentar com o capítulo, mas é pra preparar vocês para o pior kkkkkk Brincadeira, mas os próximos capítulos serão em um ritmo mais acelerado do que os que passamos desde o início da temporada (que trazia um acontecimento por capítulo kkk). Opa, pode contar com algum desenho da Lilly por aqui, já vou pensar em algum legalzão pra ir esboçando hauahauuhahua Só tem um detalhezinho chateante, cara, o Koalappy não tem uma terceira evolução D: Infelizmente vamos ter que ficar nessa (mas se formos pesar e testar o tamanho o bicho é igual um urso kkkkkkk). Mas o mais legal de tudo é um cara que manja de técnicas e mecânicas do jogo, como você. Eu só disse que o manolo ia focar na defesa e você descobriu todos os meus planos pro futuro dele! kkkkkkkkkkkkkkkkkk Mas é isso mesmo, o cara faria o papel de ir aguentando o tranco enquanto que o resto é Rest e Sleep Talk pro resto da vida. Uma batalha apenas assim seria irritante, mas vou ir dando um jeito de dinamizar as coisas. Opa, agora é Chrome, Vista e Wiki/Mozilla kkkkkkk O nome soa estranho, mas é o mesmo nome que eu dei para meu Porygon-Z em Platinum.
kkkkkk Cara, fica tranquilo quanto a essa coisa dos lendários (aproveito para acrescentar isso de outro comment que você postou) Eu mesmo chamo eles pelos nomes originais gregos na hora da correria ou de ir montando as ideias dos Capítulos, então até eu acabo por me confundir um pouco kkkkkkk Poxa man, maneiro que vá começar a dar uma lida em Percy Jackson! O primeiro livro é legalzinho, sim, mas conforme vão passando eles, a história só fica melhor, até ter um verdadeiro livro épico como o último! kkkkk sorry, me empolguei. Mas posso garantir que é um negócio maneiro. Só comecei a me interessar mais por conhecer mitologia por causa da saga, e inclusive a conhecer melhor a partir daí. Não sei se você já chegou a ver o filme, mas depois de ler vai ser tipo "cruzes, por que diabos eu assisti aquilo?", como sempre ocorre quando lemos um livro e vemos um filme kkkkkkkk (Efeitos visuais são legais, mas acho os companheiros escritos ainda melhores embora sempre acabe assistindo os filmes primeiro hauhauahuahauahuahauh Acho que é isso, cara. Abração, Canas õ/
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