domingo, 23 de dezembro de 2012


      
  O grupo de jovens iniciava sua manhã naquele mesmo instante, todos animados por finalmente terem retornado a uma cidade movimentada. Com exceção de Sam, claro. Heaveir City era a cidade das chegadas e partidas, dos encontros. Famosos que vinham para o continente obrigatoriamente passavam por lá, então era um verdadeiro ponto de encontro de celebridades, tornando algo atrativo para que o grupo pudesse se divertir.
                Aviões iam e vinham a todo o momento, tornando o local ainda mais barulhento que deveria. Parecia que as máquinas majestosas estavam a poucos centímetros da cabeça dos que caminhavam desatentos. Pessoas felizes e tristes andavam pelas ruas, dependendo do que haviam feito por lá. Normalmente não era local de estadia de treinadores por ser apenas um local de chegadas, mas havia um ginásio na cidade, o que atraia o grupo.

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                —Gente, aqui é enorme! —exclamou Layla. —Já faz um tempo que eu gostaria de visitar uma cidade grande assim!
                —Tem razão. Ainda mais nós, que saímos do mar, fomos para duas cidades tranquilas… —mencionou Drake.
                —Eu preferia ficar por lá mesmo. Esse barulho de aviões me incomoda muito. —protestou Sam.
                —Vamos dar uma volta, quem sabe vocês acham algo de interessante pra fazer? —sugeriu Rachel.
                —Onde vai, Layla? —questionou o jovem de óculos.
                —Ao aeroporto. —respondeu a ruiva.
                —Por quê? Vai pra onde?
                —Lugar nenhum. —sorriu. —Mas celebridades importantes desembarcam nessa cidade. Se tivermos sorte seremos capazes de encontrar alguém legal.
                —Maneiro, posso ir com você? —pediu Lilly.
                —Vou também. —concordou Sam.
                Os três saíram do ponto de encontro, deixando apenas Drake e Rachel. O garoto de cabelos azuis fez sinal de qual direção iria, mas fora abordado pela ruiva que ainda estava indecisa de onde ir.
                —Onde vai, Drake?
—Pretendo assistir um Contest, embora ainda não vá participar. —respondeu. —Tenho que treinar meu time por enquanto.
—Acho que vou com você, faz um tempo que não esfrio a cabeça. —respondeu a ruiva.
O garoto concordou, e assim se retiraram. Pensaram em depois se encontrarem no Pokémon Center, onde poderiam alugar um quarto, mas ainda não haviam feito a reserva, aguardando o que o dia poderia mandar-lhes. E realmente, mal sabiam que teriam diversas surpresas.
...
Sam, Layla e Lilly tinham como destino o aeroporto da cidade. Logicamente era um ponto de compra de vários itens, mas não estavam com aquele objetivo. Até mesmo Lilly estava de acordo com relaxar um pouco naquele dia, e ver se encontram alguém interessante. Era uma verdadeira muvuca, e tinham que se apertar ao meio de tantas pessoas para pasar.
—Droga, eu não deveria ter vindo para cá. —praguejou Sam. —É ensurdecedor!
                —Tenho que concordar com você, e de qualquer forma é muito movimentado. —concordou Layla. —Acho melhor sairmos daqui.
                Logo descobriram a razão de tanto tumulto. Ou melhor, sabiam a fonte. Havia uma parede de pessoas, todas carregando câmeras, celulares ou cadernos, o que insinuava que alguém famoso estava por lá. Decidiram se arriscar em meio ao barulho e ver quem poderiam encontrar.
                Puderam notar um rapaz, com cabelos e olhos azulados, vestindo trajes que lhe davam um aspecto misterioso. Tais roupas pareciam ser do melhor tipo, e parecia se tratar de uma figura de certa forma lendária, mas era como se não fosse visto há algum tempo por aquelas bandas.

                —Que estranho. —comentou Lilly. —Eu acho que já vi quem é esse cara, mas não estou lembrada.
                —Muito provavelmente é famoso, mas não consigo definir quem é. —concordou Sam.
                Alguns seguranças abriram o espaço para a suposta celebridade, que não parecia se importar com o tanto de pessoas, sabendo lidar com a fama. Uma equipe de TV se aproximou, prontos para fazer uma reportagem com aquele homem. Uma mulher pegou o microfone e iniciou a matéria:
                —E estamos aqui, com Andrew Eavans, um dos renomados treinadores que foram capazes de vencer os campeões de Sinnoh e Kanto, mas ainda preferiu prosseguir com uma jornada. —introduziu ela.
                Lilly e Sam ao ouvir aquilo tiveram os olhos quase saltando do rosto, dizendo em coro:
                —A-Andrew Eavans? É o irmão do Drake!
                E realmente aquela figura assemelhava-se com seu amigo, e poderia ser uma prévia de como este viria a ser quando crescesse. Não sabiam exatamente o que fazer mediante àquela situação, pois não era simplesmente uma celebridade, era o irmão de seu melhor amigo.
                —O que faz ao retornar para Ethron, depois de tantas conquistas fora? —questionou a entrevistadora.
                —Eu…
                O moço responderia, se não tivesse sido atingido por outro de cabelos avermelhados que atirou-se para cima dele. Fora tudo muito rápido para que pudesse de dar conta do que ocorria, mas o homem abraçava-o loucamente:
                —MAAAANOOOOOOOOOLOOOOOOOO!
                —B-Blake? —questionou Andrew.
                Agora os dois jovens estavam começando a interligar as peças. Lembravam-se de que havia sido mencionado que Andrew e Blake, o Gym Leader de Flamery City, eram amigos de infância, e por tal razão Drake era tão apegado ao moço ruivo. Porém nunca tinham imaginado ver um reencontro daqueles.
                Os seguranças pegaram Blake pela gola e se prepararam para arrastá-lo para longe, se não fossem impedidos pelo próprio Andrew:
                —Podem deixá-lo.
                —O senhor conhece o Gym Leader? —questionou a entrevistadora, que havia sido completamente esquecida em meio àquele tumulto.
                —Sinto muito, mas dou respostas depois. —respondeu o moço. —Agora só quero relaxar um pouco.
                Os seguranças abriram espaço para que a estrela passasse, e o homem realmente agia como se aquilo fosse parte de seu cotidiano. Como se não bastasse ser filho de duas celebridades ainda havia conquistado sua própria fama, realmente considerável. Até Drake algumas vezes era flagrado por paparazzi que desejavam procurar algo sobre o filho do campeão.
                —Achei que a fama ia subir à sua cabeça e ia se esquecer do seu amigão aqui, seu fidamãe. —disse Blake.
                —Francamente, você adora me deixar mal para a mídia, não é? —sorriu o moço.
                Quando chegou a vez dos três amigos serem empurrados com a multidão, Blake pediu para que Andrew sinalizasse que parassem. Ele se lembrou facilmente de Sam e Lilly, e de quando enfrentara a garota em seu ginásio. Ele avisou o amigo de quem se tratava, que abriu um sorriso:
                —Ora essa, são os companheiros de Drake? —perguntou o moço.
                Direcionou seu olhar para Sam, que tremeu como uma britadeira, tentando formar alguma frase completa:
                —S-s-s-sim senhor.
                —Está tudo bem? Eu fiz algo de errado?  —perguntou ele para as meninas.
                —De forma alguma. —disse Layla, assumindo o controle da situação, tentando lutar contra a timidez. —Apenas é uma honra conhecer alguém tão importante.
                Ele prosseguiu a caminhada, convidando os garotos para que o seguissem também. O moço sorriu e disse:
                —Não pensem em mim como um treinador forte. Pensem como o irmão do amigo de vocês.
                O grupo concordou. Apesar de famoso, Andrew era como os outros membros de sua família: humilde. Os Eavans haviam tido diversas conquistas, tinham fama e dinheiro, tudo o que quisessem, mas não saem por aí se gabando do que tinham. Esse era um ponto que tornava a família de Drake tão admirável, não apenas pelos postos, mas pela fama.
                —Meu irmão está por perto? —questionou.
                —Na verdade não, ele saiu. —responderam.
                —Se importam em tomar um sorvete comigo? —sugeriu.
                O trio mal acreditou no que haviam acabado de ouvir. Teriam a oportunidade de sentar e conversar com uma das maiores celebridades de Ethron, que ainda por cima era irmão mais velho de seu amigo. Era até estranho pensar nesta relação, mas não deixava de ser engraçado.
                Seguiram para uma sorveteria próxima, que também tinha fama na cidade. Era absolutamente confortável, mantinha um clima aconchegante e tinha movimento por o produto ser bem consumido naquele calor que fazia. Decorada em tons de amarelo e branco, várias pessoas adentravam o lugar para ver de perto Andrew Eavans, embora os seguranças expulsassem quem entrasse com tal propósito.
                Mesas cheias de sabores de sorvete e confeitos sortidos eram dispostas para que cada um pegasse o que desejasse. Estava tudo cuidando de qualquer gosto do cliente em potencial. Lilly fitou cada um dos sorvetes com um copinho em mãos, comentando para com Sam:
                —Meus olhos dizem “pega tudo”, mas meu bolso diz “pega só o copinho vazio”.
                —Fica por minha conta. —disse Andrew, ouvindo a conversa. —Peguem o que quiserem.
                —Oba, aí sim! —disse Lilly, recebendo um cutucão do amigo.
                —Não podemos aceitar. —disse.
                Agora era Blake quem se intrometia:
                —Que merda, o cara tá oferecendo sorvete de graça, véi. —reclamou. —Pega logo.
                —O senhor tem dinheiro próprio, senhor Blake. —observou o moço.
                —Ah, paga um sorvetinho pro seu amiguinho. —pediu o ruivo.
                Os amigos riam das atitudes dos dois adultos. Em vários momentos pareciam crianças, especialmente Blake. Embora Sam e Layla se limitassem para não pegar muita coisa ou insistirem para pagar, Lilly pegava quase um pouco de tudo, experimentando os mais diversos sabores com os acompanhamentos diferenciados.
                O grupo sentou-se em uma das mesas mais confortáveis da sorveteria, iniciando uma conversa amigável. Blake se lambuzava com o sorvete de chocolate que pegara, enquanto que Andrew demonstrava classe até experimentando o sorvete, este de sabores exóticos e não tão adocicados. Apontou para os jovens:
                —Então, vocês são…
                —Sam, Layla e Lilly. —apresentou Sam.
                —Opa, essa gatinha eu não conhecia ainda. —prontificou-se Blake direcionando-se para Layla. —Como vai?
                —O-Olá… —disse ela timidamente.
                Andrew fez uma careta para o amigo, que deu de ombros. Blake e Lilly já entravam novamente na fila para experimentar mais sabores, enquanto que o moço esfregava a palma da mão no rosto pelo comportamento imaturo do amigo, embora não desejasse que este fosse de outra forma. Assim que voltaram, Sam comentou para Andrew.
                —E-então senhor...
                —Não precisa me chamar de senhor. —sorriu o homem.
                —O que o senhor faz aqui em Ethron, senhor? —perguntou, suando, como se ainda tivesse total receio em conversar com aquele homem. —O senhor estava indo tão bem em outros continentes, senhor.
                —Está me expulsando? —brincou Andrew.
                —N-Não senhor!
                —Sam, deixa de ser besta. —disse Lilly dando um tapa no ombro do amigo.
                —Pedindo assim, com jeitinho…
                Blake sorriu de forma maliciosa para Sam, fazendo alguns sinais com os olhos indicando Lilly e Layla, embora o jovem não fizesse ideia do que o líder insinuava. Logo em seguida, o ruivo começou a falar com um toque de animação e malícia:
                —Então tu se faz passar por um cara timidão, mas tem duas na caçapa, né , seu safado? —brincou apontando para as garotas.
                —O quê? N-Não é nada disso! Elas são apenas minhas amigas! —protestou ele.
                —Seu tarado, e eu achando que você era gente boa! —exclamou Lilly entrando na brincadeira.
                —Pelo amor de Chrominus, façam isso parar! —disse o jovem de cabelos azuis apoiando-se na mesa e tampando os dois olhos.
                —Ele está apenas brincando, relaxe. —consolou Andrew, fazendo uma voz de quem queria dizer algo há bastante tempo, mas não sabia como. —Mas como anda o Drake?
                —Vai bem. —disse Sam se recuperando. —Faz algumas semanas que ele não participa de um Contest, mas no último que participou acabou por chamar um pouco mais de atenção que gostaria.
                —Essa é a marca dos Eavans. —disse Blake. —Tudo baderneiro. Tem gente que nasce com a bunda virada pra lua e sai fazendo tudo o mais exagerado possível.
                Andrew arqueou a sobrancelha, fazendo Blake se desculpar um pouco sem graça. O moço voltou a tomar seu sorvete, sem dizer palavras demais:
                —Não perca a compostura, você sabe que tem gente filmando-nos nesse exato momento. —comentou como se pudesse ver 360º à sua volta.
                O ruivo assentiu, chamando-o de “corta-onda”. Voltaram a se quietar, mas com aquele grupo na mesa era impossível passarem-se dez segundos em silêncio. Blake perguntou, como se já esperasse uma resposta:
                —Mas e aí, muitos troféus? —perguntou.
                —Alguns. —respondeu Andrew indiferente.
                —Sabia que você ia responder alguma coisa assim. —admitiu o líder. —Se fosse eu…
                —Se fosse você, ia pegar os troféus de sua mochila, esfregar na minha cara e gritar “CHUUUPA”. —riu Andrew.
            
                Lilly remexeu o resto de sorvete que lhe restava no copo plástico, como se quisesse dizer algo, mas estivesse receosa. Porém, uma de suas qualidades era que não ficava assim por muito tempo. Levantou a cabeça e chamou pelo treinador, que sorriu pronto para ajudá-la com o que fosse.
                —Ei, Andrew… Poderia me ensinar um pouco de suas técnicas de batalha? Sou péssima nisso. —perguntou.
                Sam sorriu de ver sua discípula se esforçando para aprender. Grande parte dessa vontade vinha do próprio jovem que a encorajava durante sua jornada, e se a mesma nunca tivesse se encontrado com Drake e Sam, muito provavelmente não teria as conquistas atuais, como as insígnias. O moço assentiu:
                —Eu ficaria muito feliz, Lilly, mas infelizmente vou ficar pouco tempo por aqui. —disse, deixando-a um pouco cabisbaixa, mas logo disse algo melhor. —Mas nada nos impede de testar na prática.
                Lilly congelou, olhando para Sam e Layla assustada. Os dois deram uma risada, contentes com a menina. Ela ficou confusa, demorando um pouco para raciocinar o que este queria dizer. Aquilo que pensava era bom de mais para ser verdade. Ou será que não? Virou-se para Andrew:
—Você quer dizer o que eu acho que quer dizer?
                —Espero que sim. —respondeu. —Aceita uma batalha?
                A garota assentiu com toda a certeza, agradecendo-o profundamente. O moço pediu a conta e pagou por tudo em alguns instantes, levando todos para uma praça próxima da sorveteria, onde poderiam batalhar com mais tranquilidade. Uma multidão fora se juntando em volta do grupo, afinal, não era todo dia que uma celebridade faria demonstração de seu poder.
                Lilly também ouvia comentários que a deixavam muito alegre, como:
                —Hey, essa não é aquela treinadora que viaja com o filho do campeão? —perguntavam.
                Apesar de não ser muito, já era alguma coisa. Aos poucos se tornaria mais conhecida se continuasse a se empenhar. Calculou por alguns instantes qual Pokémon deveria utilizar, pois estaria lidando com uma das verdadeiras lendas. Lilly ainda não poderia peitá-lo no quesito de níveis, mas seria uma experiência de aprendizado.
                —Uma batalha de quantos? —questionou a garota.
                —Creio que um contra um já está de bom tamanho. —respondeu Andrew.
                —A Sarah vai querer morrer depois que eu contar isso! —sussurrou Lilly para si mesma.
                Os dois deram alguns passos para trás, embora fosse difícil pelas várias pessoas ao redor. Era mais complicado localizar Sam, Layla e Blake em meio àquela multidão, mas observariam atentamente cada movimento daqueles dois.
                —Esse é o líder do meu time. —disse Lilly.
                A garota atirou um Pokéball, que revelou o gato de fogo, Fippy. O mesmo já sabia da importância daquela batalha, e estufou o peito enquanto se preparava para a batalha. Fippy, apesar do tamanho, nunca se rendia e sempre estava disposto a fazer aquilo que sua treinadora desejasse.
                —Excelente, o inicial tipo fogo. —comentou Andrew.
                Blake fitou o Pokémon por alguns instantes, até voltar-se para seus amigos:
                —Vem cá, esse bicho é o mesmo que ela usou no meu Gym? Até hoje não evoluiu? —questionou, incrédulo. Muitas vezes logo em seu ginásio os iniciais estavam evoluídos, mas Fippy passara por três sem sequer ter se dado o dom de fortalecer-se.
                —O Fippy só quer evoluir caso haja alguém digno de torná-lo mais forte, pois até agora ele não enfrentou grandes problemas. —respondeu Sam, não se dando conta de que poderia ter chamado Blake de fraco.
                Andrew estralou o pescoço e alongou os dedos, como se ter passado o dia em um avião o tivesse cansado. Atirou seu Pokémon. Tratava-se de uma criatura grande, alta e metálica, semelhante a um minotauro. Seu nome era Minoteel, um dos Pokémons descendentes de monstros antigos.


                —Faça o primeiro movimento.
                Muitas pessoas teriam sentido-se honradas de ter uma batalha com alguém tão importante quanto Andrew, ou ao menos ficariam até meio tímidas no meio. Mas Lilly não era assim, ela não iria tratá-lo diferente de qualquer outro ser humano. Respondeu, confiante:
                —Vai se arrepender de ter pedido isso! —garantiu, sorrindo. —SmokeScreen!
                “Faz tempo que não vejo alguém com tanta força de vontade”. Foi o que Andrew pensou.
                —Uma mudança de Status logo no início da batalha. —analisou. —Inteligente. Metal Claw.
                O Fippy lançou uma esfera de fumaça que aos poucos foi aumentando até tornar-se uma densa nuvem. O minotauro avançou, utilizando-se de suas patas metálicas para fazer um corte no gato de fogo. O mesmo quase se desviou, recebendo menos dano que levaria, também devido à fumaça.
                —Ele só está brincando com a garota. —observou Blake. —A diferença de níveis é muito grande.
                —Mesmo que ela tenha a vantagem elementar. —completou Layla.
                Sam também tinha, infelizmente, de concordar. O adversário era muito mais treinado, e tinha níveis elevadíssimos, o que dificultaria qualquer vitória. Lilly não se daria por vencida, muito menos com seu inicial.
                —Flame Wheel!
                O gato atirou-se no adversário enquanto girava com um lança-chamas, produzindo uma roda flamejante, que causou danos um pouco consideráveis para a diferença de forças. O guerreiro metálico era muito poderoso, era complicado poder vencê-lo.
                —Nada mal. —comentou Andrew. —Nada mal mesmo, Lilly, mas você ainda deve aprender bastante. —Swords Dance.
                O minotauro fez movimentos desengonçados, como se empunhasse várias espadas simultaneamente, aumentando o poder de ataque.
                —Flamethrower!
                —Bullet Punch.
                Fippy atirou um raio flamejante no inimigo, que tomou o dano. Tentou revidar com socos certeiros, mas acabou por não ser capaz de atingi-lo, graças aos movimentos do início da batalha. Andrew sorriu:
                —Veja só, a precisão diminuída fez uma bela aparição agora.
                —Flamethrower de novo, vamos ganhar a batalha! —disse Lilly ansiosa.
                —Bullet Punch!
                O inicial conseguiu fazer seu movimento com sucesso, mas fora respondido com um poderoso soco do metálico. O golpe o pressionaria ao chão, o derrotaria instantaneamente, mas segurava aquele punho de aço com toda a força que tinha. A treinadora o encorajava:
                —Não perca! Não vamos ser derrotados!
                Fippy não tinha força para segurar aquele ataque, seria incapaz de vencer uma criatura tão forte. Por outro lado, finalmente encontrara alguém por quem poderia melhorar, finalmente chegar a um ponto tão esperado por Lilly e seus amigos. Fippy foi tomado por uma luz branca.
                A criatura aumentou de tamanho, permitindo que se desenvolvesse bem mais. Ganhou uma aparência mais forte também, adquirindo um tipo duplo. Agora também tinha o tipo Dark, e estes poderes obscuros seriam melhoras quando alcançasse a última evolução, enfim. O Pokémon havia evoluído finalmente.
                —Flamurn! Ele evoluiu! —exclamou Lilly.
                —Que surpresa agradável durante nossa batalha. —disse Andrew. —Vamos utilizar o Bullet Punch novamente.
                O Pokémon recém-evoluído tentou novamente aguentar o golpe. Conseguiu, porém esqueceu do outro braço do minotauro, que o atirou para longe com toda a força. Lilly o pegou, mas o Pokémon já estava esgotado. Sua vontade era prosseguir, derrotar Minoteel, mas não seria desta vez.
                —Eu fui derrotada. —afirmou Lilly, como se já esperasse o resultado.
                —Não se subestime, Lilly, foi uma excelente batalha. —garantiu Andrew. —Aposto que terá um futuro vitorioso se não abrir mão de treinar sempre.
                —Muito obrigada pela batalha, você é mesmo o melhor. —respondeu ela.
                —Que isso, ele nem fez cóceg... —disse Blake, sendo interrompido por uma cotovelada na barriga por seu amigo.
                —Deixarei uma surpresinha no seu Box, não esqueça de checar depois. Para o Drake também. Apenas não falem que fui eu quem mandou. —disse ele com uma piscadela.
                —Box? Surpresa? —perguntou ela, alegríssima.
                —Devo ir agora. —despediu-se ele. —Foi um prazer encontrá-los aqui. Se importam em não dizer para o Drake nem nenhum outro relativo que eu estou em Ethron?
                —Hã… Sim, mas eu duvido que a TV não vá passar isso. —comentou Lilly.
                —Por favor. —pediu novamente.
                —Sem problemas. —disse Sam.Foi um prazer te conhecer, senhor Andrew.
                Despediram-se também de Blake, e aos poucos os dois adultos foram se retirando do local. Andrew realmente era um treinador exemplar, e haviam ouvido que apesar de conquistar duas ligas, nunca fora capaz de derrotar seu pai. Isso fazia Lilly temer como seria lutar contra o campeão no fim de sua jornada, mas ela ainda teria tempo. E iria curtir seu mais novo Pokémon evoluído.
...
                Enquanto isso, Drake e Rachel estavam em uma loja de roupas próxima. A garota havia pedido para ir a tal lugar pois fazia tempos que não utilizava outras vestes, e aquelas estavam todas sujas e amarrotadas. Drake aguardava sentado, enquanto que Rachel se vestia no provador.
—Hã… Rachel, não sei se alguém já te falou, mas quando um garoto espera uma garota comprar roupas eles meio que tem uma relação… —explicou o jovem de fora.
                —Não se preocupe, cabeça de vento, as escolhidas descendentes de Artione não saem se distribuindo. —respondeu ela. —Artione é uma Deusa virgem, e optou por ser jovem para o resto da eternidade, e as caçadoras, as moças que a acompanham, também devem jurar essa lealdade e se impedirem de qualquer relação com outra pessoa.
                —Que entediante. —disse.
                —Por isso os homens são tão bestas. —exclamou a moça. —Só querem saber de mulheres de biquíni.
                —Dá pra sair logo, eu quero assistir o Contest logo… —disse.
                —Acho que essa ficou boa… —mencionou ela.
                Rachel abriu o provador, e Drake teve uma surpresa. A menina utilizava uma camiseta amarela clara, complementada por vestes arroxeadas. Usava uma saia verde que batia em seus joelhos, e calçava sandálias azul-claros. Seus cabelos ruivos estavam soltos e brilhantes, enquanto que seus olhos que se assemelhavam a dois âmbares se destacavam.

                —Você está… Está…
                —Poupe suas palavras, bobão. —cortou ela. —Por Chrominus, há muito tempo que eu não comprava algo novo! Aliás, faz um bom tempo que eu não vivo minha vida.
                —É, você citou. —respondeu. —Várias vezes.
                —Obrigada por lembrar-me.
                Rachel pagou, mas acabou tendo uma surpresa com o preço. Drake ofereceu-se para pagar a diferença, e a moça retribuiu o gesto. Os dois foram para o Contest Hall e logo entraram a arena. Procuraram locais confortáveis e se prepararam para assistir ao evento. Drake parecia ainda mais feliz por poder prestigiar uma competição desta vez assistindo.
                Os holofotes miraram em uma linda moça que parou na frente de todos no centro do palco. Saldou a todos, falando com sua voz teatral e cantada:
                —Boa tarde, como vão? Sejam todos bem-vindos ao Contest de Heaveir, categoria Beauty! Esperamos que desfrutem dos mais belos Pokémons de Ethron!
                —Nunca tinha assistido um Contest. —comentou Rachel. —Eles são tachados como coisas de riquinhos, nem todos podem comprar uma entrada para assistir.
                —É, eu sei. Mas a verdade é que não é bem assim, ou pelo menos eu não trato assim. —disse Drake. —Da última vez nocauteei o adversário com facilidade.
                —A modéstia mandou lembranças da gaveta de meias. —brincou a menina.
                Aos poucos os coordenadores foram se passando, mostrando suas apresentações belas e atrativas. Rachel ficava maravilhada por nunca ter visto como os Pokémons podiam criar lindas combinações apenas usando ataques comuns. A apresentadora continuou:
                —Apresentamos a coordenadora número quatro, que vêm ganhando fãs e admiradores por todo o continente. —todos pareciam já saber a resposta. —Com vocês, Natsumi Beauregard.
                O nome não lhe era estranho para Drake. Talvez porque também era uma coordenadora, mas ele ainda tinha suas dúvidas. Todos vibraram, principalmente os garotos que assistiam à competição. Os holofotes giraram, mirando na entrada para o palco, onde uma menina jazia.
                —Ooiiee, seus lindos e lindas! —cumprimentou, sorrindo.
                Seu sorriso era lindo. Seu rosto era lindo. Ela era perfeita fisicamente. Possuía cabelos louros como ouro, adornados com uma presilha em forma de borboleta azul. Suas vestes lhe mostravam o corpo perfeito, que apesar de jovem, conseguia atrair rapazes em dificuldade. Parecia que qualquer roupa lhe cairia bem.

                A jovem iniciou sua apresentação, mas parecia que os homens no recinto não se preocupavam muito mais com aquilo. Cada pequeno movimento da garota encantava a todos, e as meninas basicamente se inspiravam naquela. Rachel olhou para Drake, e o viu praticamente hipnotizado.
                —Engraçado, você ficou quietinho de repente. —disse a ruiva.
                —Hã? Você disse alguma coisa?
                —Nada, acho que foi o vento.
                A competição prosseguiu, com todos os rounds, mas o final já era esperado. Natsumi recebera a honra da vitória, como se já esperasse. Foi parabenizada pelos juízes e recebeu sua fita, enquanto que todos gritavam enlouquecidos por aquela dama esbelta. Ela sorriu:
                —É um grande prazer ter ganhado este Contest. —afirmou. —Obrigada a vocês, meus queridos, que mandam e-mails bonitinhos pra mim! Um beijo para todos!
                Ela já parecia brilhar, mas agora era exatamente no sentido literal da palavra. Drake acordou de seu transe e Rachel também fora tomada pela surpresa. Uma luz de tom fúcsia saia da garota, enquanto que o símbolo de um pequeno Pidove aparecia sobre sua cabeça.
                —Não me admira que essa tal menina atraia a todos… Ela é descendente de Aphrudinem, é a herdeira da beleza e do amor. —afirmou Rachel.
                O Contest se encerrou, e todos se retiraram do local. Rachel sabia que precisariam falar com a garota rapidamente sobre todo o assunto mitológico e como era importante para o futuro de Ethron, mas aquele não era o momento. Drake refletiu por alguns instantes, até concluir:
                —Ela estudou comigo quando eu era mais novo.
                —O quê? Vocês se conhecem? —perguntou.
                —Ela era uma das populares da minha classe. —respondeu. —Mas eu não me lembrava de ela ser assim, tão… Tão…
                —Chega, babão. —interrompeu a ruiva. —Mas se você conhece ela ao menos vai poder avisá-la sobre tudo o que eu os expliquei.
                —Só tem um problema. Eu e ela não somos muito chegados.
                —Por que? —questionou.
                —Ela separou a mim de minha melhor amiga, e…
                —Drake! Há quanto tempo! —interrompeu alguém.
                Quando se viraram, Natsumi estava atrás deles.
                —Ferrou. —concluiu Drake.

2 comentários:

CanasOminous disse...

Diga ae, Haos! Voltamos com uma baita novidade dessas, eu imaginava que um cara como o Andrew seria daqueles que só apareceriam lá pro final da história pra fazer pose de fodão, mas acho legal ele tentar ir se apresentando aos poucos para os protagonistas. Ainda que não tenha sido uma batalha realmente significativa fiquei muito feliz em ver o Fippy evoluir. Eu pensava que você teria uma sacada diferente para ele, afinal eles já chegam ao quarto ginásio e ele não tinha evoluído. Fiquei pensando como seria ver um inicial em sua primeira forma na Liga, já pensou? Acho que ninguém nunca tentou isso nem nos jogos kkkkkkkk Mas foi uma evolução merecida, mal posso esperar para vê-lo no Yellow Rescue Team, será que mudou muito de personalidade?

Ihh, partricinhas do tempo de colégio têm por toda parte, essa em especial é baseada em alguém? Faz o meu tipo cara, só faltou ser um pouco mais velha kkkk Zuera, não vou com a cara de loiras, acredita? Acho que o poder de persuasão de Aphrudinem não pegaria em mim, eu acho pelo menos. Mas é só questão de sentar pra conversar somando com um rabo de saia que não sobra pra ninguém kkkk Cuidado, Drake. Toda mulher busca algo numa relação, ela quer seu PÂNCREAS! kkkk Cara, e adorei a Rachel nessa imagem. Ela é uma mistura de fofa com conhecedora, gosto dessa jogada dela ser uma espécie de divindade na terra, e por isso não está acostumada às coisas mundanas, você deveria aproveitar isso mais vezes cara.

Foi bacana conhecer o Andrew e rever o Blake, esses dois juntos ainda renderão um especial muito bacana juntos, pode apostar kkkk A cena do sorvete me fez sorrir, mostrou que um cara fodão como ele ainda tem a humildade de gente normal. Algo naquele esquema de convidar os amigos pra ir tomar sorvete ou caminhar na praça. Isso é o mais importante cara, pessoas que não se perdem nesse tumulto de estrelas, e creio que seja isso que o tornou tão especial! Por fim, vou indo nessa man. Um grande capítulo, vou indo para o próximo! (:

Haos Cyndaquil disse...

kkkkk acho que essa de chegar ao último ginásio sem evoluir e sair detonando ia ser fodástico (Pikachu Style), mas o povo já estava doido pra saber quando o gato de fogo evoluir @___@ kkkk Tive que ir encaixando, mas sem fazer, como você diz, evoluir ao lutar com um Starly.

kkkkkkkk Claro que a gente tem que ter uma base pra criar essas personagens. E a Rachel ficou tão diferente nessa imagem, mas eu gostei *-----* O Andrew ainda terá seu tempo para mostrar-se fodão kkkk aguardem! (tentativa de risada maléfica)

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