O grupo de jovens iniciava sua
manhã naquele mesmo instante, todos animados por finalmente terem retornado a
uma cidade movimentada. Com exceção de Sam, claro. Heaveir City era a cidade das chegadas e partidas, dos encontros.
Famosos que vinham para o continente obrigatoriamente passavam por lá, então
era um verdadeiro ponto de encontro de celebridades, tornando algo atrativo
para que o grupo pudesse se divertir.
Aviões
iam e vinham a todo o momento, tornando o local ainda mais barulhento que
deveria. Parecia que as máquinas majestosas estavam a poucos centímetros da
cabeça dos que caminhavam desatentos. Pessoas felizes e tristes andavam pelas
ruas, dependendo do que haviam feito por lá. Normalmente não era local de
estadia de treinadores por ser apenas um local de chegadas, mas havia um
ginásio na cidade, o que atraia o grupo.
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—Gente,
aqui é enorme! —exclamou Layla. —Já faz um tempo que eu gostaria de visitar uma
cidade grande assim!
—Tem
razão. Ainda mais nós, que saímos do mar, fomos para duas cidades tranquilas… —mencionou
Drake.
—Eu
preferia ficar por lá mesmo. Esse barulho de aviões me incomoda muito.
—protestou Sam.
—Vamos
dar uma volta, quem sabe vocês acham algo de interessante pra fazer? —sugeriu Rachel.
—Onde
vai, Layla? —questionou o jovem de óculos.
—Ao
aeroporto. —respondeu a ruiva.
—Por
quê? Vai pra onde?
—Lugar
nenhum. —sorriu. —Mas celebridades importantes desembarcam nessa cidade. Se
tivermos sorte seremos capazes de encontrar alguém legal.
—Maneiro,
posso ir com você? —pediu Lilly.
—Vou
também. —concordou Sam.
Os
três saíram do ponto de encontro, deixando apenas Drake e Rachel. O garoto de
cabelos azuis fez sinal de qual direção iria, mas fora abordado pela ruiva que
ainda estava indecisa de onde ir.
—Onde
vai, Drake?
—Pretendo
assistir um Contest, embora ainda não
vá participar. —respondeu. —Tenho que treinar meu time por enquanto.
—Acho que vou
com você, faz um tempo que não esfrio a cabeça. —respondeu a ruiva.
O garoto
concordou, e assim se retiraram. Pensaram em depois se encontrarem no Pokémon Center, onde poderiam alugar um
quarto, mas ainda não haviam feito a reserva, aguardando o que o dia poderia
mandar-lhes. E realmente, mal sabiam que teriam diversas surpresas.
...
Sam, Layla e
Lilly tinham como destino o aeroporto da cidade. Logicamente era um ponto de
compra de vários itens, mas não estavam com aquele objetivo. Até mesmo Lilly
estava de acordo com relaxar um pouco naquele dia, e ver se encontram alguém
interessante. Era uma verdadeira muvuca, e tinham que se apertar ao meio de
tantas pessoas para pasar.
—Droga, eu não
deveria ter vindo para cá. —praguejou Sam. —É ensurdecedor!
—Tenho
que concordar com você, e de qualquer forma é muito movimentado. —concordou
Layla. —Acho melhor sairmos daqui.
Logo
descobriram a razão de tanto tumulto. Ou melhor, sabiam a fonte. Havia uma
parede de pessoas, todas carregando câmeras, celulares ou cadernos, o que
insinuava que alguém famoso estava por lá. Decidiram se arriscar em meio ao
barulho e ver quem poderiam encontrar.
Puderam
notar um rapaz, com cabelos e olhos azulados, vestindo trajes que lhe davam um
aspecto misterioso. Tais roupas pareciam ser do melhor tipo, e parecia se
tratar de uma figura de certa forma lendária, mas era como se não fosse visto
há algum tempo por aquelas bandas.
—Que
estranho. —comentou Lilly. —Eu acho que já vi quem é esse cara, mas não estou
lembrada.
—Muito
provavelmente é famoso, mas não consigo definir quem é. —concordou Sam.
Alguns
seguranças abriram o espaço para a suposta celebridade, que não parecia se
importar com o tanto de pessoas, sabendo lidar com a fama. Uma equipe de TV se
aproximou, prontos para fazer uma reportagem com aquele homem. Uma mulher pegou
o microfone e iniciou a matéria:
—E
estamos aqui, com Andrew Eavans, um dos renomados treinadores que foram capazes
de vencer os campeões de Sinnoh e Kanto, mas ainda preferiu prosseguir com uma
jornada. —introduziu ela.
Lilly
e Sam ao ouvir aquilo tiveram os olhos quase saltando do rosto, dizendo em
coro:
—A-Andrew
Eavans? É o irmão do Drake!
E
realmente aquela figura assemelhava-se com seu amigo, e poderia ser uma prévia
de como este viria a ser quando crescesse. Não sabiam exatamente o que fazer
mediante àquela situação, pois não era simplesmente uma celebridade, era o
irmão de seu melhor amigo.
—O
que faz ao retornar para Ethron, depois de tantas conquistas fora? —questionou
a entrevistadora.
—Eu…
O
moço responderia, se não tivesse sido atingido por outro de cabelos
avermelhados que atirou-se para cima dele. Fora tudo muito rápido para que
pudesse de dar conta do que ocorria, mas o homem abraçava-o loucamente:
—MAAAANOOOOOOOOOLOOOOOOOO!
—B-Blake?
—questionou Andrew.
Agora
os dois jovens estavam começando a interligar as peças. Lembravam-se de que
havia sido mencionado que Andrew e Blake, o Gym
Leader de Flamery City, eram
amigos de infância, e por tal razão Drake era tão apegado ao moço ruivo. Porém
nunca tinham imaginado ver um reencontro daqueles.
Os
seguranças pegaram Blake pela gola e se prepararam para arrastá-lo para longe,
se não fossem impedidos pelo próprio Andrew:
—Podem
deixá-lo.
—O
senhor conhece o Gym Leader? —questionou a entrevistadora, que havia sido
completamente esquecida em meio àquele tumulto.
—Sinto
muito, mas dou respostas depois. —respondeu o moço. —Agora só quero relaxar um
pouco.
Os
seguranças abriram espaço para que a estrela passasse, e o homem realmente agia
como se aquilo fosse parte de seu cotidiano. Como se não bastasse ser filho de
duas celebridades ainda havia conquistado sua própria fama, realmente
considerável. Até Drake algumas vezes era flagrado por paparazzi que desejavam
procurar algo sobre o filho do campeão.
—Achei
que a fama ia subir à sua cabeça e ia se esquecer do seu amigão aqui, seu
fidamãe. —disse Blake.
—Francamente,
você adora me deixar mal para a mídia, não é? —sorriu o moço.
Quando
chegou a vez dos três amigos serem empurrados com a multidão, Blake pediu para
que Andrew sinalizasse que parassem. Ele se lembrou facilmente de Sam e Lilly,
e de quando enfrentara a garota em seu ginásio. Ele avisou o amigo de quem se
tratava, que abriu um sorriso:
—Ora
essa, são os companheiros de Drake? —perguntou o moço.
Direcionou
seu olhar para Sam, que tremeu como uma britadeira, tentando formar alguma
frase completa:
—S-s-s-sim
senhor.
—Está
tudo bem? Eu fiz algo de errado?
—perguntou ele para as meninas.
—De
forma alguma. —disse Layla, assumindo o controle da situação, tentando lutar
contra a timidez. —Apenas é uma honra conhecer alguém tão importante.
Ele
prosseguiu a caminhada, convidando os garotos para que o seguissem também. O
moço sorriu e disse:
—Não
pensem em mim como um treinador forte. Pensem como o irmão do amigo de vocês.
O
grupo concordou. Apesar de famoso, Andrew era como os outros membros de sua
família: humilde. Os Eavans haviam tido diversas conquistas, tinham fama e
dinheiro, tudo o que quisessem, mas não saem por aí se gabando do que tinham.
Esse era um ponto que tornava a família de Drake tão admirável, não apenas
pelos postos, mas pela fama.
—Meu
irmão está por perto? —questionou.
—Na
verdade não, ele saiu. —responderam.
—Se
importam em tomar um sorvete comigo? —sugeriu.
O
trio mal acreditou no que haviam acabado de ouvir. Teriam a oportunidade de
sentar e conversar com uma das maiores celebridades de Ethron, que ainda por
cima era irmão mais velho de seu amigo. Era até estranho pensar nesta relação,
mas não deixava de ser engraçado.
Seguiram
para uma sorveteria próxima, que também tinha fama na cidade. Era absolutamente
confortável, mantinha um clima aconchegante e tinha movimento por o produto ser
bem consumido naquele calor que fazia. Decorada em tons de amarelo e branco,
várias pessoas adentravam o lugar para ver de perto Andrew Eavans, embora os
seguranças expulsassem quem entrasse com tal propósito.
Mesas
cheias de sabores de sorvete e confeitos sortidos eram dispostas para que cada
um pegasse o que desejasse. Estava tudo cuidando de qualquer gosto do cliente
em potencial. Lilly fitou cada um dos sorvetes com um copinho em mãos,
comentando para com Sam:
—Meus
olhos dizem “pega tudo”, mas meu bolso diz “pega só o copinho vazio”.
—Fica
por minha conta. —disse Andrew, ouvindo a conversa. —Peguem o que quiserem.
—Oba,
aí sim! —disse Lilly, recebendo um cutucão do amigo.
—Não
podemos aceitar. —disse.
Agora
era Blake quem se intrometia:
—Que
merda, o cara tá oferecendo sorvete de graça, véi. —reclamou. —Pega logo.
—O
senhor tem dinheiro próprio, senhor Blake. —observou o moço.
—Ah,
paga um sorvetinho pro seu amiguinho. —pediu o ruivo.
Os
amigos riam das atitudes dos dois adultos. Em vários momentos pareciam
crianças, especialmente Blake. Embora Sam e Layla se limitassem para não pegar
muita coisa ou insistirem para pagar, Lilly pegava quase um pouco de tudo,
experimentando os mais diversos sabores com os acompanhamentos diferenciados.
O
grupo sentou-se em uma das mesas mais confortáveis da sorveteria, iniciando uma
conversa amigável. Blake se lambuzava com o sorvete de chocolate que pegara,
enquanto que Andrew demonstrava classe até experimentando o sorvete, este de
sabores exóticos e não tão adocicados. Apontou para os jovens:
—Então,
vocês são…
—Sam,
Layla e Lilly. —apresentou Sam.
—Opa,
essa gatinha eu não conhecia ainda. —prontificou-se Blake direcionando-se para
Layla. —Como vai?
—O-Olá…
—disse ela timidamente.
Andrew
fez uma careta para o amigo, que deu de ombros. Blake e Lilly já entravam
novamente na fila para experimentar mais sabores, enquanto que o moço esfregava
a palma da mão no rosto pelo comportamento imaturo do amigo, embora não
desejasse que este fosse de outra forma. Assim que voltaram, Sam comentou para
Andrew.
—E-então
senhor...
—Não
precisa me chamar de senhor. —sorriu o homem.
—O
que o senhor faz aqui em Ethron, senhor? —perguntou, suando, como se ainda
tivesse total receio em conversar com aquele homem. —O senhor estava indo tão
bem em outros continentes, senhor.
—Está
me expulsando? —brincou Andrew.
—N-Não
senhor!
—Sam,
deixa de ser besta. —disse Lilly dando um tapa no ombro do amigo.
—Pedindo
assim, com jeitinho…
Blake
sorriu de forma maliciosa para Sam, fazendo alguns sinais com os olhos
indicando Lilly e Layla, embora o jovem não fizesse ideia do que o líder
insinuava. Logo em seguida, o ruivo começou a falar com um toque de animação e
malícia:
—Então
tu se faz passar por um cara timidão, mas tem duas na caçapa, né , seu safado?
—brincou apontando para as garotas.
—O
quê? N-Não é nada disso! Elas são apenas minhas amigas! —protestou ele.
—Seu
tarado, e eu achando que você era gente boa! —exclamou Lilly entrando na
brincadeira.
—Pelo
amor de Chrominus, façam isso parar! —disse o jovem de cabelos azuis
apoiando-se na mesa e tampando os dois olhos.
—Ele
está apenas brincando, relaxe. —consolou Andrew, fazendo uma voz de quem queria
dizer algo há bastante tempo, mas não sabia como. —Mas como anda o Drake?
—Vai
bem. —disse Sam se recuperando. —Faz algumas semanas que ele não participa de
um Contest, mas no último que
participou acabou por chamar um pouco mais de atenção que gostaria.
—Essa
é a marca dos Eavans. —disse Blake. —Tudo baderneiro. Tem gente que nasce com a
bunda virada pra lua e sai fazendo tudo o mais exagerado possível.
Andrew
arqueou a sobrancelha, fazendo Blake se desculpar um pouco sem graça. O moço
voltou a tomar seu sorvete, sem dizer palavras demais:
—Não
perca a compostura, você sabe que tem gente filmando-nos nesse exato momento.
—comentou como se pudesse ver 360º à sua volta.
O
ruivo assentiu, chamando-o de “corta-onda”. Voltaram a se quietar, mas com
aquele grupo na mesa era impossível passarem-se dez segundos em silêncio. Blake
perguntou, como se já esperasse uma resposta:
—Mas
e aí, muitos troféus? —perguntou.
—Alguns.
—respondeu Andrew indiferente.
—Sabia
que você ia responder alguma coisa assim. —admitiu o líder. —Se fosse eu…
—Se
fosse você, ia pegar os troféus de sua mochila, esfregar na minha cara e gritar
“CHUUUPA”. —riu Andrew.
Lilly
remexeu o resto de sorvete que lhe restava no copo plástico, como se quisesse
dizer algo, mas estivesse receosa. Porém, uma de suas qualidades era que não
ficava assim por muito tempo. Levantou a cabeça e chamou pelo treinador, que
sorriu pronto para ajudá-la com o que fosse.
—Ei,
Andrew… Poderia me ensinar um pouco de suas técnicas de batalha? Sou péssima
nisso. —perguntou.
Sam
sorriu de ver sua discípula se esforçando para aprender. Grande parte dessa
vontade vinha do próprio jovem que a encorajava durante sua jornada, e se a
mesma nunca tivesse se encontrado com Drake e Sam, muito provavelmente não
teria as conquistas atuais, como as insígnias. O moço assentiu:
—Eu
ficaria muito feliz, Lilly, mas infelizmente vou ficar pouco tempo por aqui. —disse,
deixando-a um pouco cabisbaixa, mas logo disse algo melhor. —Mas nada nos
impede de testar na prática.
Lilly
congelou, olhando para Sam e Layla assustada. Os dois deram uma risada,
contentes com a menina. Ela ficou confusa, demorando um pouco para raciocinar o
que este queria dizer. Aquilo que pensava era bom de mais para ser verdade. Ou
será que não? Virou-se para Andrew:
—Você quer
dizer o que eu acho que quer dizer?
—Espero
que sim. —respondeu. —Aceita uma batalha?
A
garota assentiu com toda a certeza, agradecendo-o profundamente. O moço pediu a
conta e pagou por tudo em alguns instantes, levando todos para uma praça
próxima da sorveteria, onde poderiam batalhar com mais tranquilidade. Uma
multidão fora se juntando em volta do grupo, afinal, não era todo dia que uma celebridade
faria demonstração de seu poder.
Lilly
também ouvia comentários que a deixavam muito alegre, como:
—Hey,
essa não é aquela treinadora que viaja com o filho do campeão? —perguntavam.
Apesar
de não ser muito, já era alguma coisa. Aos poucos se tornaria mais conhecida se
continuasse a se empenhar. Calculou por alguns instantes qual Pokémon deveria
utilizar, pois estaria lidando com uma das verdadeiras lendas. Lilly ainda não
poderia peitá-lo no quesito de níveis, mas seria uma experiência de
aprendizado.
—Uma
batalha de quantos? —questionou a garota.
—Creio
que um contra um já está de bom tamanho. —respondeu Andrew.
—A
Sarah vai querer morrer depois que eu contar isso! —sussurrou Lilly para si
mesma.
Os
dois deram alguns passos para trás, embora fosse difícil pelas várias pessoas
ao redor. Era mais complicado localizar Sam, Layla e Blake em meio àquela
multidão, mas observariam atentamente cada movimento daqueles dois.
—Esse
é o líder do meu time. —disse Lilly.
A
garota atirou um Pokéball, que revelou o gato de fogo, Fippy. O mesmo já sabia
da importância daquela batalha, e estufou o peito enquanto se preparava para a
batalha. Fippy, apesar do tamanho, nunca se rendia e sempre estava disposto a
fazer aquilo que sua treinadora desejasse.
—Excelente,
o inicial tipo fogo. —comentou Andrew.
Blake
fitou o Pokémon por alguns instantes, até voltar-se para seus amigos:
—Vem
cá, esse bicho é o mesmo que ela usou no meu Gym? Até hoje não evoluiu? —questionou,
incrédulo. Muitas vezes logo em seu ginásio os iniciais estavam evoluídos, mas
Fippy passara por três sem sequer ter se dado o dom de fortalecer-se.
—O
Fippy só quer evoluir caso haja alguém digno de torná-lo mais forte, pois até
agora ele não enfrentou grandes problemas. —respondeu Sam, não se dando conta
de que poderia ter chamado Blake de fraco.
Andrew
estralou o pescoço e alongou os dedos, como se ter passado o dia em um avião o
tivesse cansado. Atirou seu Pokémon. Tratava-se de uma criatura grande, alta e
metálica, semelhante a um minotauro. Seu nome era Minoteel, um dos Pokémons
descendentes de monstros antigos.
—Faça
o primeiro movimento.
Muitas
pessoas teriam sentido-se honradas de ter uma batalha com alguém tão importante
quanto Andrew, ou ao menos ficariam até meio tímidas no meio. Mas Lilly não era
assim, ela não iria tratá-lo diferente de qualquer outro ser humano. Respondeu,
confiante:
—Vai
se arrepender de ter pedido isso! —garantiu, sorrindo. —SmokeScreen!
“Faz tempo que não vejo alguém com tanta
força de vontade”. Foi o que Andrew pensou.
—Uma
mudança de Status logo no início da
batalha. —analisou. —Inteligente. Metal
Claw.
O
Fippy lançou uma esfera de fumaça que aos poucos foi aumentando até tornar-se
uma densa nuvem. O minotauro avançou, utilizando-se de suas patas metálicas
para fazer um corte no gato de fogo. O mesmo quase se desviou, recebendo menos
dano que levaria, também devido à fumaça.
—Ele
só está brincando com a garota. —observou Blake. —A diferença de níveis é muito
grande.
—Mesmo
que ela tenha a vantagem elementar. —completou Layla.
Sam
também tinha, infelizmente, de concordar. O adversário era muito mais treinado,
e tinha níveis elevadíssimos, o que dificultaria qualquer vitória. Lilly não se
daria por vencida, muito menos com seu inicial.
—Flame Wheel!
O
gato atirou-se no adversário enquanto girava com um lança-chamas, produzindo
uma roda flamejante, que causou danos um pouco consideráveis para a diferença
de forças. O guerreiro metálico era muito poderoso, era complicado poder vencê-lo.
—Nada
mal. —comentou Andrew. —Nada mal mesmo, Lilly, mas você ainda deve aprender
bastante. —Swords Dance.
O minotauro
fez movimentos desengonçados, como se empunhasse várias espadas
simultaneamente, aumentando o poder de ataque.
—Flamethrower!
—Bullet Punch.
Fippy
atirou um raio flamejante no inimigo, que tomou o dano. Tentou revidar com
socos certeiros, mas acabou por não ser capaz de atingi-lo, graças aos
movimentos do início da batalha. Andrew sorriu:
—Veja
só, a precisão diminuída fez uma bela aparição agora.
—Flamethrower de novo, vamos ganhar a
batalha! —disse Lilly ansiosa.
—Bullet Punch!
O
inicial conseguiu fazer seu movimento com sucesso, mas fora respondido com um
poderoso soco do metálico. O golpe o pressionaria ao chão, o derrotaria
instantaneamente, mas segurava aquele punho de aço com toda a força que tinha.
A treinadora o encorajava:
—Não
perca! Não vamos ser derrotados!
Fippy
não tinha força para segurar aquele ataque, seria incapaz de vencer uma
criatura tão forte. Por outro lado, finalmente encontrara alguém por quem
poderia melhorar, finalmente chegar a um ponto tão esperado por Lilly e seus
amigos. Fippy foi tomado por uma luz branca.
A
criatura aumentou de tamanho, permitindo que se desenvolvesse bem mais. Ganhou
uma aparência mais forte também, adquirindo um tipo duplo. Agora também tinha o
tipo Dark, e estes poderes obscuros seriam melhoras quando alcançasse a última
evolução, enfim. O Pokémon havia evoluído finalmente.
—Flamurn!
Ele evoluiu! —exclamou Lilly.
—Que
surpresa agradável durante nossa batalha. —disse Andrew. —Vamos utilizar o Bullet Punch novamente.
O
Pokémon recém-evoluído tentou novamente aguentar o golpe. Conseguiu, porém
esqueceu do outro braço do minotauro, que o atirou para longe com toda a força.
Lilly o pegou, mas o Pokémon já estava esgotado. Sua vontade era prosseguir,
derrotar Minoteel, mas não seria desta vez.
—Eu
fui derrotada. —afirmou Lilly, como se já esperasse o resultado.
—Não
se subestime, Lilly, foi uma excelente batalha. —garantiu Andrew. —Aposto que
terá um futuro vitorioso se não abrir mão de treinar sempre.
—Muito
obrigada pela batalha, você é mesmo o melhor. —respondeu ela.
—Que
isso, ele nem fez cóceg... —disse Blake, sendo interrompido por uma cotovelada
na barriga por seu amigo.
—Deixarei
uma surpresinha no seu Box, não esqueça de checar depois. Para o Drake também.
Apenas não falem que fui eu quem mandou. —disse ele com uma piscadela.
—Box?
Surpresa? —perguntou ela, alegríssima.
—Devo
ir agora. —despediu-se ele. —Foi um prazer encontrá-los aqui. Se importam em
não dizer para o Drake nem nenhum outro relativo que eu estou em Ethron?
—Hã…
Sim, mas eu duvido que a TV não vá passar isso. —comentou Lilly.
—Por
favor. —pediu novamente.
—Sem
problemas. —disse Sam.Foi um prazer te conhecer, senhor Andrew.
Despediram-se
também de Blake, e aos poucos os dois adultos foram se retirando do local.
Andrew realmente era um treinador exemplar, e haviam ouvido que apesar de
conquistar duas ligas, nunca fora capaz de derrotar seu pai. Isso fazia Lilly
temer como seria lutar contra o campeão no fim de sua jornada, mas ela ainda
teria tempo. E iria curtir seu mais novo Pokémon evoluído.
...
Enquanto
isso, Drake e Rachel estavam em uma loja de roupas próxima. A garota havia
pedido para ir a tal lugar pois fazia tempos que não utilizava outras vestes, e
aquelas estavam todas sujas e amarrotadas. Drake aguardava sentado, enquanto
que Rachel se vestia no provador.
—Hã… Rachel,
não sei se alguém já te falou, mas quando um garoto espera uma garota comprar
roupas eles meio que tem uma relação… —explicou o jovem de fora.
—Não
se preocupe, cabeça de vento, as escolhidas descendentes de Artione não saem se
distribuindo. —respondeu ela. —Artione é uma Deusa virgem, e optou por ser jovem
para o resto da eternidade, e as caçadoras, as moças que a acompanham, também
devem jurar essa lealdade e se impedirem de qualquer relação com outra pessoa.
—Que
entediante. —disse.
—Por
isso os homens são tão bestas. —exclamou a moça. —Só querem saber de mulheres
de biquíni.
—Dá
pra sair logo, eu quero assistir o Contest logo… —disse.
Rachel
abriu o provador, e Drake teve uma surpresa. A menina utilizava uma camiseta
amarela clara, complementada por vestes arroxeadas. Usava uma saia verde que
batia em seus joelhos, e calçava sandálias azul-claros. Seus cabelos ruivos
estavam soltos e brilhantes, enquanto que seus olhos que se assemelhavam a dois
âmbares se destacavam.
—Você
está… Está…
—Poupe
suas palavras, bobão. —cortou ela. —Por Chrominus, há muito tempo que eu não
comprava algo novo! Aliás, faz um bom tempo que eu não vivo minha vida.
—É,
você citou. —respondeu. —Várias vezes.
—Obrigada
por lembrar-me.
Rachel
pagou, mas acabou tendo uma surpresa com o preço. Drake ofereceu-se para pagar
a diferença, e a moça retribuiu o gesto. Os dois foram para o Contest Hall e logo entraram a arena.
Procuraram locais confortáveis e se prepararam para assistir ao evento. Drake
parecia ainda mais feliz por poder prestigiar uma competição desta vez
assistindo.
Os
holofotes miraram em uma linda moça que parou na frente de todos no centro do
palco. Saldou a todos, falando com sua voz teatral e cantada:
—Boa
tarde, como vão? Sejam todos bem-vindos ao Contest de Heaveir, categoria Beauty! Esperamos que desfrutem dos mais
belos Pokémons de Ethron!
—Nunca
tinha assistido um Contest. —comentou
Rachel. —Eles são tachados como coisas de riquinhos, nem todos podem comprar
uma entrada para assistir.
—É,
eu sei. Mas a verdade é que não é bem assim, ou pelo menos eu não trato assim. —disse
Drake. —Da última vez nocauteei o adversário com facilidade.
—A
modéstia mandou lembranças da gaveta de meias. —brincou a menina.
Aos
poucos os coordenadores foram se passando, mostrando suas apresentações belas e
atrativas. Rachel ficava maravilhada por nunca ter visto como os Pokémons
podiam criar lindas combinações apenas usando ataques comuns. A apresentadora
continuou:
—Apresentamos
a coordenadora número quatro, que vêm ganhando fãs e admiradores por todo o
continente. —todos pareciam já saber a resposta. —Com vocês, Natsumi
Beauregard.
O
nome não lhe era estranho para Drake. Talvez porque também era uma
coordenadora, mas ele ainda tinha suas dúvidas. Todos vibraram, principalmente
os garotos que assistiam à competição. Os holofotes giraram, mirando na entrada
para o palco, onde uma menina jazia.
—Ooiiee,
seus lindos e lindas! —cumprimentou, sorrindo.
Seu
sorriso era lindo. Seu rosto era lindo. Ela era perfeita fisicamente. Possuía
cabelos louros como ouro, adornados com uma presilha em forma de borboleta
azul. Suas vestes lhe mostravam o corpo perfeito, que apesar de jovem,
conseguia atrair rapazes em dificuldade. Parecia que qualquer roupa lhe cairia
bem.
A
jovem iniciou sua apresentação, mas parecia que os homens no recinto não se
preocupavam muito mais com aquilo. Cada pequeno movimento da garota encantava a
todos, e as meninas basicamente se inspiravam naquela. Rachel olhou para Drake,
e o viu praticamente hipnotizado.
—Engraçado,
você ficou quietinho de repente. —disse a ruiva.
—Hã?
Você disse alguma coisa?
—Nada,
acho que foi o vento.
A
competição prosseguiu, com todos os rounds, mas o final já era esperado. Natsumi
recebera a honra da vitória, como se já esperasse. Foi parabenizada pelos
juízes e recebeu sua fita, enquanto que todos gritavam enlouquecidos por aquela
dama esbelta. Ela sorriu:
—É
um grande prazer ter ganhado este Contest.
—afirmou. —Obrigada a vocês, meus queridos, que mandam e-mails bonitinhos pra
mim! Um beijo para todos!
Ela
já parecia brilhar, mas agora era exatamente no sentido literal da palavra.
Drake acordou de seu transe e Rachel também fora tomada pela surpresa. Uma luz
de tom fúcsia saia da garota, enquanto que o símbolo de um pequeno Pidove
aparecia sobre sua cabeça.
—Não
me admira que essa tal menina atraia a todos… Ela é descendente de Aphrudinem,
é a herdeira da beleza e do amor. —afirmou Rachel.
O
Contest se encerrou, e todos se
retiraram do local. Rachel sabia que precisariam falar com a garota rapidamente
sobre todo o assunto mitológico e como era importante para o futuro de Ethron,
mas aquele não era o momento. Drake refletiu por alguns instantes, até
concluir:
—Ela
estudou comigo quando eu era mais novo.
—O
quê? Vocês se conhecem? —perguntou.
—Ela
era uma das populares da minha classe. —respondeu. —Mas eu não me lembrava de
ela ser assim, tão… Tão…
—Chega,
babão. —interrompeu a ruiva. —Mas se você conhece ela ao menos vai poder
avisá-la sobre tudo o que eu os expliquei.
—Só
tem um problema. Eu e ela não somos muito chegados.
—Por
que? —questionou.
—Ela
separou a mim de minha melhor amiga, e…
—Drake!
Há quanto tempo! —interrompeu alguém.
Quando
se viraram, Natsumi estava atrás deles.
—Ferrou.
—concluiu Drake.
2 comentários:
Diga ae, Haos! Voltamos com uma baita novidade dessas, eu imaginava que um cara como o Andrew seria daqueles que só apareceriam lá pro final da história pra fazer pose de fodão, mas acho legal ele tentar ir se apresentando aos poucos para os protagonistas. Ainda que não tenha sido uma batalha realmente significativa fiquei muito feliz em ver o Fippy evoluir. Eu pensava que você teria uma sacada diferente para ele, afinal eles já chegam ao quarto ginásio e ele não tinha evoluído. Fiquei pensando como seria ver um inicial em sua primeira forma na Liga, já pensou? Acho que ninguém nunca tentou isso nem nos jogos kkkkkkkk Mas foi uma evolução merecida, mal posso esperar para vê-lo no Yellow Rescue Team, será que mudou muito de personalidade?
Ihh, partricinhas do tempo de colégio têm por toda parte, essa em especial é baseada em alguém? Faz o meu tipo cara, só faltou ser um pouco mais velha kkkk Zuera, não vou com a cara de loiras, acredita? Acho que o poder de persuasão de Aphrudinem não pegaria em mim, eu acho pelo menos. Mas é só questão de sentar pra conversar somando com um rabo de saia que não sobra pra ninguém kkkk Cuidado, Drake. Toda mulher busca algo numa relação, ela quer seu PÂNCREAS! kkkk Cara, e adorei a Rachel nessa imagem. Ela é uma mistura de fofa com conhecedora, gosto dessa jogada dela ser uma espécie de divindade na terra, e por isso não está acostumada às coisas mundanas, você deveria aproveitar isso mais vezes cara.
Foi bacana conhecer o Andrew e rever o Blake, esses dois juntos ainda renderão um especial muito bacana juntos, pode apostar kkkk A cena do sorvete me fez sorrir, mostrou que um cara fodão como ele ainda tem a humildade de gente normal. Algo naquele esquema de convidar os amigos pra ir tomar sorvete ou caminhar na praça. Isso é o mais importante cara, pessoas que não se perdem nesse tumulto de estrelas, e creio que seja isso que o tornou tão especial! Por fim, vou indo nessa man. Um grande capítulo, vou indo para o próximo! (:
kkkkk acho que essa de chegar ao último ginásio sem evoluir e sair detonando ia ser fodástico (Pikachu Style), mas o povo já estava doido pra saber quando o gato de fogo evoluir @___@ kkkk Tive que ir encaixando, mas sem fazer, como você diz, evoluir ao lutar com um Starly.
kkkkkkkk Claro que a gente tem que ter uma base pra criar essas personagens. E a Rachel ficou tão diferente nessa imagem, mas eu gostei *-----* O Andrew ainda terá seu tempo para mostrar-se fodão kkkk aguardem! (tentativa de risada maléfica)
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